Melinda Winfred é uma boa garota. Ama sua família mais que tudo e ama cafés amargos também.
Em seu último ano na Universidade de Montreal, no Canadá, Melinda conhece o astro de hóquei universitário Colin Balenger.
Ou Sebastian para os íntimos.
Col...
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Hóquei é o esporte mais maluco que já assisti.
Quando eu era criança, o meu pai me levava em jogos do Maple Leafs*—time pelo qual torce—. Era divertido, mas não por ver homens patinando, e sim por ser um dos poucos eventos que eu fazia com a companhia do meu pai. De repente tudo aquilo desmoronou, de repente o meu irmãozinho precisava que eu crescesse anos a mais para cuidar dele e de repente os meus pais se tornaram um peso nas minhas costas.
Mas hoje, olhando toda aquela euforia pelo estádio. Olhando as famílias e as crianças gritando e comemorando as pontuações como se fossem os últimos momentos de suas vidas... Isso me relembrou como é bom estar aqui.
Kristen e eu caminhamos para o carro calmamente, ela comenta ao meu lado como o time jogou bem e como foi humilhante para os rivais.
Mas não há tempo de prestar atenção, pois meu celular vibra com um número desconhecido.
"Oi, gatinha." "Sou eu. Sebastian." "Se ainda estiver na arena, pode me encontrar na saída do vestiário? Quero levar você para a festa!"
Meu peito incha ao terminar de ler.
O apelido brega me faz sorrir como uma adolescente idiota, e saber que ele diz o primeiro nome para mim, me faz pensar que quer que eu seja única para ele, da mesma maneira que quer ser para mim.
Eu estou maluca?
—Kris.—Interrompo-a de seu interminável falatório.—Você pode ir. Colin me pediu para esperar.
Isso é suficiente para que ela abra um sorriso largo como o gato de Alice no País das Maravilhas.
—Que bom que veio com o body.—Levanta os polegares e ergue as sobrancelhas loiras ao falar.
—Vá embora, Cheshire.—A empurro tentando ignorar o sorriso que cresce em meu rosto também.
—Não fale referências de filmes infantis comigo, sabe que preciso ficar pesquisando depois.—Reclama enquanto vai andando para fora.—Se for dar uma rapidinha, não se esqueça da camisinha.
Cantarola em um altura que todas as pessoas ao nosso redor possam ouvir.
Vadia maluca.
Resmungo mentalmente.
Com as pernas meio trêmulas, viro os calcanhares em direção contrária, enquanto digito uma afirmação direta pata Sebastian.
Não demora muito para que eu chegue em um corredor largo e vazio. Há um banco na lateral, então me sento ali e fico analisando minhas botas escuras e altas.
Foi uma escolha audaz.
Sebastian é alto demais, e odeio me sentir inferior de qualquer maneira, mas com ele é diferente.
Gosto de olhar por cima, por isso ter quase 1,80 metro nunca me foi um incômodo. Mas agora... Agora com um cara de dois metros no meu encalço e na minha lista de possíveis fodas... Agora isso me incomoda.
Homens gostam de mulheres baixas e pequenas. Homens gostam de mulheres femininas. Homens gostam de mulheres vaidosas, mas que escondam essa vaidade para não serem fúteis.
Infelizmente não há tempo de listar todas as preferências masculinas e nem mesmo de tirar as botas de salto alto e jogarem no lixo mais próximo, pois o cheiro de sabonete e a barulheira típica de jogadores me desperta.
Levanto os olhos na direção onde tudo ocorre, e graças aos céus a primeira pessoa que vejo é ele.
Cabelo molhado, sorriso de canto, calça jeans e uma blusa de time que está virando seu uniforme. Os cabelos castanhos estão cobertos por um boné surrado dos Canadiens, isso causa uma leve irritação dentro de mim.
Quero ver os fios castanhos, quero tocar e acariciar...
Balanço a cabeça para espantar os pensamentos.
Ele demora alguns segundos para me ver, mas quando seus lindos olhos chegam até mim, o ar some dos meus pulmões.
Fica difícil levantar do banco, mas reúno forças para me erguer.
Sebastian abre um sorriso perfeito e cheio de dentes para mim, e se aproxima em passos largos. Todos os meus receios em relação a altura caem por terra no momento em que percebo que ainda alcanço seu ombro.
—Gatinha.—Ele exclama parado a minha frente com as mãos dentro dos bolsos da calça surrada.
—Sebastian.—Solto seu nome quase em um suspiro.
Ele passa os olhos disfarçadamente pelo meu corpo, voltando após alguns segundos para os meus olhos.
Daria tudo para saber o que pensou nesse momento.
—Se deu bem, Balenger.—Algum dos caras grita já fora do nosso alcance.
E algo novo acontece no rosto de Sebastian. Ele assume uma expressão séria e se vira na direção dos amigos.
—É brincadeira, capitão.—A voz fala.
—Vamos?—Pergunta voltando ao normal e me oferecendo o braço tal qual um cavalheiro do século dezenove faria.
Argh! Fofo demais!
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