Querido Sebastian

18

A quantidade de homens sentados ao meu lado é exorbitante.

Todos são largos, altos e fortes. A maioria é pálido demais, mas todos tem uma certa beleza que me supreende.

Talvez seja o tesão estranho que tenho em homens que possam me carregar com uma mão só...

—Ei, Melinda.—Um dos caras me chama.—Quantos anos tem?

Sorrio de canto para o garoto jovem que me encara. Ele não deve passar dos dezoito anos, mas sua aparência é bem mais jovem.

—Vinte.—Respondo.

Ele assente sorrindo.

—Eu tenho dezoito.—Fala.—Você é daqui de Montreal?

Franzo o cenho olhando ao redor, mas todos parecem estar muito concentrados em suas conversas.

—Não. Sou de uma cidade um pouco distante, mas ainda na província.—Explico.—E você?

—Sou de Summerside.—Responde.

—Ei, Howard.—Alguém o chama.—Sabe que essa daí não é para o teu bico, né?

Eu ergo uma sobrancelha.

—O quê?—O garoto pergunta inocentemente.

Fazendo uma reza mental, torço para que não saia da boca do outro jogador aquilo que estou imaginando.

—É a garota do capitão.—Fala a bomba.

Eu dou um estalo na língua e aperto a caixinha de leite na mão.

—Não sou garota de ninguém.—Murmuro.

Darius parece despertar da conversa com a namoradinha e se intromete no assunto que parou a mesa.

—A gatinha do Balenger.—Fala mais uma vez.

Ele só sabe dizer isso?

Preciso bater a cabeça dele em alguma superfície concreta urgentemente.

Ele precisa esquecer isso!!!

—Escutei meu nome?—A voz grave ecoa atrás de nós.

Ele surge ao meu lado como um alma ruim e empurra o coitado do Howard para o lado, se sentando.

—Falando no diabo.—É a vez de Kristen dizer.

Viro meu rosto para encarar quem já me encara e suspiro. Ele aperta minha coxa debaixo da mesa e me oferece um de seus sorrisos sedutores.

—Se eu for no banheiro e falar seu nome três vezes, dando descarga em seguida, você aparece de branco para me assustar?—Questiono em tom humorado.

Sebastian franze a testa e solta uma risada nasal.

—Do que está falando, gatinha?

Reviro meus olhos com o apelido.