Melinda Winfred é uma boa garota. Ama sua família mais que tudo e ama cafés amargos também.
Em seu último ano na Universidade de Montreal, no Canadá, Melinda conhece o astro de hóquei universitário Colin Balenger.
Ou Sebastian para os íntimos.
Col...
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—Está ouvindo, garoto?—Uma voz rouca me tira dos devaneios e eu ergo o olhar do copo de cerveja a minha frente.—Aconteceu alguma coisa?
Meu mais novo treinador pergunta.
Eu nego voltando o olhos para a tela do meu celular, onde não há nenhuma mensagem dela.
Suas palavras ainda ecoam na minha cabeça e ainda posso ver a mágoa em seus olhos como se estivesse aqui comigo.
"Vamos terminar."
"Não me procure nunca mais."
Lembro-me das suas mãos afastando meu toque e não resisto em fazer uma careta com isso. Talvez seja a pior parte de toda essa merda. Palavras são palavra e por si só já nos machucam, mas eu a entendo.
Não tenho nem minha mãe e nem meu pai comigo, e deve ser mais doloroso ainda perdê-los depois de já ter o prazer de viver com eles. Ao menos eu não conheci os meus.
Mas agora, quando ela me afastou, me empurrou e pediu que eu fosse embora... Porra aquilo foram como facas sendo fincadas no meu coração.
Eu odeio a maneira a qual eu me entreguei tanto a Melinda, que toda e qualquer ação sua pode devastar meus sentimentos e chatear cada pedacinho de mim.
Ao mesmo tempo é incrível. Sentir que sou dela.
Eu não estou magoado com ela ou com suas palavras. Na verdade estou destruído com tudo isso. A morte da senhora Mendes, o idiota do pai dela e aquela dor que eu nunca a vi sentir.
Ver minha garota sofrendo, é como se eu estivesse sofrendo duas vezes mais. Por mim e por ela.
Não tenho vontade de comemorar minha entrada no time ou sequer jogar hóquei.
Qual o sentido? Para quem farei isso?
Hóquei é a minha vida, mas isso foi antes de tê-la para mim. Hóquei virou um hobby, porque a minha verdadeira responsabilidade é amá-la.
Ela é a única pessoa que tenho na vida.
—Isso tem cara de coração quebrado.—Uma voz fala ao meu lado e um copo de wisky é pousado no balcão de madeira.—Eu sou o Viktor.
Damos um aperto de mão.
—Colin.—Murmuro.
—Problemas com sua garota?—Pergunta bebericando o wisky.
Eu dou um sorriso vago.
—Ela não é mais a minha garota.—Falo sentindo meu peito arder.—Droga.
Tapo meus olhos que querem deixar as lágrimas escorrerem.
O homem coloca a mão em meu ombro e dá um aperto.
—Mulheres...—Suspira.—Ela aparecem dominando tudo e depois vão embora como furacões Katrina.