Querido Sebastian

16

Analiso as opções no cardápio, tentando evitar subir meus olhos para os dois idiotas a minha frente.

Simplesmente Kris e Darius estão abraçados e conversando em sussurros com vozes totalmente infantis e irritantes.

Ao meu lado Sebastian analisa a cena com uma ruga de dúvida na testa e a mão pousada tranquilamente sobre minha coxa. Seus olhos castanhos passam de seu amigo para minha amiga lentamente.

—Bebê.—Kristen exclama e solta uma gargalhada.

Reviro meus olhos nas órbitas.

—Vamos pedir.—Anuncio batendo o cardápio na mesa, mas nem isso os desperta.—Olá?

Bufo.

Viro meus olhos para o jogador silencioso e ele olha para mim colocando uma mecha do meu cabelo para trás.

Aponto para o casal com meu nariz e arregalo os olhos sinalizando.

Balenger assente.

—Lukov.—Chama em tom baixo, mas com uma seriedade diferente. Os olhos chocolate de Darius se erguem rapidamente e ele ajeita a postura, mas sem sair do abraço da garota ao lado.—Pedido.

Sebs aponta para o cardápio e eu vejo o outro jogador pegar e abrir para poder escolher.

Me pergunto de onde sai toda essa seriedade nesses momentos, pois comigo esse brutamontes é um engraçadinho.

Vivemos o caminho inteiro escutando Justin Bieber e Rihhana. Tipo...?

—Café de abóbora.—Falo encostando meu queixo em seu ombro largo.—Com torta amanteigada.

Sebs sorri largo e belisca minha costela de leve, fazendo com que uma risada saia.

Depois de tomar o café da tarde, Sebastian nos deixa na porta do dormitório, me dando um beijo avassalador e perguntando:

—Está livre no próximo sábado, gatinha?

Eu assenti.

—Quer jantar comigo?

Esse diálogo transformou meu domingo em um dia perfeito.

Assim que entrei dentro do quarto, joguei minha bolsa da cama e dei um pulo no colchão, suspirei alto. Só me dei conta de que Kristen também estava comigo quando ela tossiu e me encarou com os olhos julgadores.

—Então...?—Começa se sentando na minha cama.—Transou muito?

Fecho os olhos com força.

"Esfregou essa boceta em mim até gozar".

Isso me traz arrepios na espinha.

—Não, Kris.—Nego tapando meu rosto que já está quente.—Diferentemente de você, não é? O que foi aquilo?

Kris gargalha alto.

—Sei lá.—Dá de ombros.—Tipo, o cara é um gostoso, tem um puta tanquinho e um pau incrível, além de fazer coisas inimagináveis com a língua...

—Para, não quero saber tão detalhadamente.—Ergo minha mão para silencia-la.—Ainda estou com minha frustração sexual.

Minha amiga sorri.

—Bom... Ele é legal, gostoso e tudo de bom. Acho que vale a pena o conhecer melhor.—Diz simples.

—Você nunca quis conhecer nenhum outro cara melhor.—Acuso.—Isso me cheira a paixão universitária e coração quebrado.

Faço uma careta.

—Não fala assim.—Ralha.—Não quero que sua negatividade pegue em mim.

Preciso rir com isso.

—Só estou dizendo por experiência própria.—Rebato.

—Mas eu vi você e o capitão.—Volta o assunto para mim.—Ele olha para você como se fosse uma pintura muito valiosa, ou até uma taça da Stanley Cup*.

Gargalho.

—Sebs é só um casinho.—Me levanto para dizer.—Quero só transar e...

Minha amiga solta um gritinho.

—Cala a boca, está parecendo um homem dizendo tudo isso.—Ela faz uma careta de nojo.—Claramente o cara consegue te deixar animada com um simples convite para sair. E quem é Sebs? 

—Sebastian é o primeiro nome dele.—Explico.—Quando se está há quase um ano sem ter um orgasmo decente... Ah, amor, qualquer coisa vinda de um gostoso é encantador.—Falo.

—Quero até ver.—Desafia se levantando.—Quero ver se tudo vai acabar depois de transarem.

Franzo o cenho.

—Se ele foder bem, não tem motivo de acabar.—Dou uma piscadela e caminho para o banheiro.—Um "viva" aos tempos modernos, Kris!

A garota ri negando com a cabeça.

Eu sei que o Balenger tem muitos pontos positivos, mas isso não o coloca em potencial para ser meu namorado. Eu gosto de ser solteira e livre de decepções, gosto da minha liberdade em sair e beijar muitas e muitas bocas (nunca pego mais de um em uma festa).

Eu não quero relacionamento.

Meu coração já foi quebrado demais para me jogar em uma relação novamente.