Gnomo - (Romsnin)

23 3 2
                                    

Não cantarei prazeres que não tive, 

Não cantarei amores que desprezo, 

Nem canções que não vivo.

Os sons que atraem meus ouvidos são sutis, 

Rubores leves e rítmicos, acentuados pela avidez, 

Crivados da exegese da lua minguante, 

Temperados pelos rubores do sol escaldante, 

Guarnecidos pelos gnomos carcomidos,

 Pequenos ignorantes da vida comum, 

Grandes sábios da vida exótica.

Arrastando-se pelas frestas do mundo, 

Guardando os caminhos ocultos, de costas ao sol,

 De rosto à sombra e mãos ao espaço, 

Tolos incertos, loucos insanos, 

Porém, nada a eles atribuem maior prazer 

Além das rosas dos campos, dos ramos em pranto, 

Que os ventos dos campos, que as folhas em manto, 

E a chuva outonal caindo em remanso.

Sorvendo o eterno prazer da vida vindoura, 

Aos cegos de espírito e aos surdos de amor, 

Pois a ignorância uma bênção se institui, 

Aos generosos ignorantes da vida moderna.

Dadiva do céu Eterno - PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora