Não cantarei prazeres que não tive,
Não cantarei amores que desprezo,
Nem canções que não vivo.
Os sons que atraem meus ouvidos são sutis,
Rubores leves e rítmicos, acentuados pela avidez,
Crivados da exegese da lua minguante,
Temperados pelos rubores do sol escaldante,
Guarnecidos pelos gnomos carcomidos,
Pequenos ignorantes da vida comum,
Grandes sábios da vida exótica.
Arrastando-se pelas frestas do mundo,
Guardando os caminhos ocultos, de costas ao sol,
De rosto à sombra e mãos ao espaço,
Tolos incertos, loucos insanos,
Porém, nada a eles atribuem maior prazer
Além das rosas dos campos, dos ramos em pranto,
Que os ventos dos campos, que as folhas em manto,
E a chuva outonal caindo em remanso.
Sorvendo o eterno prazer da vida vindoura,
Aos cegos de espírito e aos surdos de amor,
Pois a ignorância uma bênção se institui,
Aos generosos ignorantes da vida moderna.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PoetrySe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.