Ouço o canto dos pássaros
E o fitar do vento.
Olhos vidrados no horizonte,
Mãos calejadas que pulsam,
Feição exaltada.Mais um ano nesta terra permaneço,
Mais um ano a flora ruboresço.
Agraciado pela leveza deste solo,
A calma antinatural em meus olhos,
Que fitam, absorvem, processam
Enquanto o suor escorre pela testa.Não amedrontado ou aflito,
Mas ansioso, fito-me.
Meu corpo e minha alma,
Que mudam, se torcem e se calam,
Ansiosos pelo passar do tempo,
Ansiosos por filhos e netos,
Ansiosos pelos blocos de cimento,
Ansiosos pela casa que se ergue.Até que eu acalme seu intento,
Sentado nesta cadeira,
Preenchido pela leveza
De mais uma hora corriqueira.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PoesiaSe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.