Cavaleiro da neve - (Bruno)

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Nas vastas colinas insalubres,

Encobertas pela neve perpétua,

Seus passos marcam o chão fofo,

Um pária dos ventos hostis.

O cavaleiro das fontes nevadas,

Inalando as correntes de ar congeladas,

Solvendo a luz branda do sol arredio,

Que lança um fogo frio de sua face cansada.

Amado lampião dos desvanecidos,

Acariciando inutilmente a pele dos filhos,

Amantes de sua chama frondosa,

Incapazes de viver além de sua grande trama.

Percorrendo os vales sombrios,

Caminhando por caminhos entre rios,

Arrastando-se sobre as águas inquietas da dúvida,

Em busca do abraço caloroso da alegria.

Até enfim tomarem o mesmo rumo do cavaleiro,

Ávido e feroz tropeiro,

Avançando pelos caminhos desastrosos,

Incansável, destemido,

Imortal à ação das eras.

E ainda assim frágil ao remoer dos sonhos,

Como qualquer mortal que se preze,

Grandioso e belo,

Feito estátuas de gelo feitas de sua sombra,

Deixadas pelos caminhos trilhados,

Em honra a sua passagem.

A marca perpétua da tempestade.

Dadiva do céu Eterno - PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora