Fonte laminar - (Barbara)

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Era o assobio que nos chamava

O arrasto longo de suas mechas líquidas

O crepitar incessante de seu coro

Trombetas de eco tocadas sobre o mar

Em meio a uma tempestade de piados

Trovões de olhos esbugalhados

Em corpos empenados de garras

Aplumados em membros raquíticos

Murmúrio de sombras esfaceladas

Um solver de formas, sons e cores

A sopa fervente de loucura

Acolhida por um piar

De emanações de um futuro longínquo

Um passado brando

Um presente afortunado

A invenção do amor em tempo atômico

Vibrando numa frequência mista

Ainda que tão clara quanto a água de um poço

Escavado no coração de um formigueiro

Distoando feito o coaxar de mil rãs

Ainda sinto-te claramente

Sírius, sobrepujando o mar de areia

Os grãos infinitos de plasma cósmico

Ainda sim, Sírius

Ardente, inconfundível, singular

Arrastando minha carcaça até a fonte

Ao pé de suas colunas de granito 

O consultório mítico e lunar

Até a pele de seus dedos

Aos anéis das 7 virtudes

Vibrando em sua mão de mercúrio

Pois só ela posso tocar com meus lábios

E nada mais.

Dadiva do céu Eterno - PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora