Fogo em ira desvanecendo
Esfarelado ao som de ecos
Pulsando pela rocha da grande montanha
Imortal e inescrutável
De face branca, encoberta de neve
Impassível, irrefreável rocha
Tão sinuoso aglomerado de quartzo
Esfarelado pela ação das eras
Ondulando pelas planícies
Crepitando ao contato dos sóis
O gêmeo romper do sol da primavera
O singelo aquietar do sol de outono
Prescustados contra a face indócil
Contra o rugido da grande montanha
Enquanto se derrete em fúria
Ainda sim tenra, bela
Como um grande dente de leão cinzento
Elevando suas sementes pelo vento revolto
Semeando seu brilho de fervor pela campina
Cruzando as ameias do silêncio
O batente da porta da euforia
Enquanto mantém a calma pétrea
Franzindo seu senho cansado
Sentindo as rugas se formarem em seu rosto
Os ventos surram a pele de mármore
Assim como os olhos resolutos que te perscrutam
Um mais rapidamente que outros
Porque ao franzir de seu cenho
A vida humana é tão efêmera
Como os bastões do dente de leão
Brancos, leves, frágeis
Repletos de arrogância exuberanteMas o que posso dizer contra a verdade
Ainda que áspera, amarga.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PuisiSe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.