Campina - (Sasha)

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Por que sinto esse tamborim incessante? 

Essa ânsia de pertencer, de estar? 

De ouvir e arrepiar, 

De saber e perscrutar!


O pulsar da planície zombando de minha ignorância, 

Um vento impalpável roçando a pele, 

De velozes vultos compridos, 

Cravejando minha consciência de alento.


Uma beleza confusa e derretida, 

Preenchendo os poros microscópicos, 

Insignificantes ao pousar de meus olhos, 

Fendas insondáveis contra este turbilhão.


O tornado açucarado, inebriante, 

Ergue a grama do chão numa dança, 

Coreografia de puro plasma introspecto, 

Da mais insondável simetria do especto.


Sob a face deste tormentoso planeta, 

De lagos efervescente de átomos, 

A lasca de algum meteoro colossal, 

Desprendida pela ação de anos-luz incalculáveis.


Amontoada, esmagada, retida e aprisionada, 

Moida pela ação inconsequente do cosmo, 

Até tornar-se o gramado sob meus pés, 

Simétrico, constante, suave, complexo.


Colorido feito nenhum outro, 

Dançando ao ritmo dos ventos, 

E ainda sim, mais um entre outros, 

Com alguma resquício de singularidade.


Que o torna assim como sou, 

Único neste mundo caotico, 

Apegado à simetria visual, 

Exceção desta regra sem igual.


E tantas mais escondidas de nossa ignorância, 

Espero que permaneça assim, 

Assim como meu jardim recluso

Envolve-me neste abraço de criança.

Dadiva do céu Eterno - PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora