Por que sinto esse tamborim incessante?
Essa ânsia de pertencer, de estar?
De ouvir e arrepiar,
De saber e perscrutar!
O pulsar da planície zombando de minha ignorância,
Um vento impalpável roçando a pele,
De velozes vultos compridos,
Cravejando minha consciência de alento.
Uma beleza confusa e derretida,
Preenchendo os poros microscópicos,
Insignificantes ao pousar de meus olhos,
Fendas insondáveis contra este turbilhão.
O tornado açucarado, inebriante,
Ergue a grama do chão numa dança,
Coreografia de puro plasma introspecto,
Da mais insondável simetria do especto.
Sob a face deste tormentoso planeta,
De lagos efervescente de átomos,
A lasca de algum meteoro colossal,
Desprendida pela ação de anos-luz incalculáveis.
Amontoada, esmagada, retida e aprisionada,
Moida pela ação inconsequente do cosmo,
Até tornar-se o gramado sob meus pés,
Simétrico, constante, suave, complexo.
Colorido feito nenhum outro,
Dançando ao ritmo dos ventos,
E ainda sim, mais um entre outros,
Com alguma resquício de singularidade.
Que o torna assim como sou,
Único neste mundo caotico,
Apegado à simetria visual,
Exceção desta regra sem igual.
E tantas mais escondidas de nossa ignorância,
Espero que permaneça assim,
Assim como meu jardim recluso
Envolve-me neste abraço de criança.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PoésieSe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.