Hei de buscar o campo de rosas
Acalmar minha mente desgastada
Aliviar a frieza do mundo
Esquecer-me da indecência imunda
Livrar-me das mazelas obscuras
O ensurdecedor ruído de pneus
O chacoalhar soturno das calçadas
Inundadas de pernas
Tão sutis quanto as minhas
Rumando indiferentes pelas vielas
Sem que eu jamais saiba de destino ou causa
Pois as minhas são adição a elas
Rumando até os portais ocultos
De minha toca de tatu
Pois assim como as suas garras
Abro caminho na terra dura da imensidão
Buscando o campo de rosas
Seguindo indiferente ao romper de unhas
Pois é mais do que um sonho inócuo
É mais que a vontade passageira
É o alívio de minha alma
O remexer de meu espírito
O fragmento que lanço no meu porquinho de moedas
O encontro de olhos com meu cãozinho
Que me agracia com o amor mais puro
Tão puro quanto o amor de mãe
O sonho caloroso de fim valoroso
O aproximar de meus dedos
O alívio ao toque das pétalas
Macias e aromáticas
Ardorosas e prismáticas
Deitar-me sobre elas
E esquecer as mazelas.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PoesíaSe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.