Ouço impaciente, sendo difícil me dar por si
Esse som em meus ouvidos distoando tão suave
A maciez que sinto em meus pés
A brisa gentil que roça em minha pele
Apesar da frieza esguia da rocha em que me sento
O vento gelado me dá mais força
Revigora meus nervos febris
Enaltece o calor eufórico de minha saciez
Não é a sede por água
Nem a fome por comida
Mas aquele anseio sutil, traiçoeiro
A única vontade que desde o nascimento
Insaciável, arrebatadora, indomável
A ânsia primitiva do prazer de espírito
A quietude branda que me preenche
Enquanto esparramo os pés sobre essa grama
Que permanece inalterada
Fustigando pelas fendas das rochas
Preenchendo os campos até o topo da montanha
A imensa cólera do vento revolto
Sendo corroida silenciosamente pelo passar do tempo
Enquanto cresce inquieta contra seu ímpeto
Emergindo do choque das placas submersas
Enquanto a grama permanece inerte
Contraria a batalha infame
Acariciando meus pés cansados
Trazendo alento a muitos de mim
Receosos humanos de vida tumultuada
Ansiando desesperados
Pelo abraço gentil do silêncio
A brisa das asas dos anjos
Que cantam pelas fendas das rochas
A canção eterna dos picos gelados.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PuisiSe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.