Grama, brisa e alento - (Di Moore)

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Ouço impaciente, sendo difícil me dar por si

Esse som em meus ouvidos distoando tão suave

A maciez que sinto em meus pés

A brisa gentil que roça em minha pele

Apesar da frieza esguia da rocha em que me sento

O vento gelado me dá mais força

Revigora meus nervos febris

Enaltece o calor eufórico de minha saciez

Não é a sede por água

Nem a fome por comida

Mas aquele anseio sutil, traiçoeiro

A única vontade que desde o nascimento

Insaciável, arrebatadora, indomável

A ânsia primitiva do prazer de espírito

A quietude branda que me preenche

Enquanto esparramo os pés sobre essa grama

Que permanece inalterada

Fustigando pelas fendas das rochas

Preenchendo os campos até o topo da montanha

A imensa cólera do vento revolto

Sendo corroida silenciosamente pelo passar do tempo

Enquanto cresce inquieta contra seu ímpeto

Emergindo do choque das placas submersas

Enquanto a grama permanece inerte

Contraria a batalha infame

Acariciando meus pés cansados

Trazendo alento a muitos de mim

Receosos humanos de vida tumultuada

Ansiando desesperados

Pelo abraço gentil do silêncio

A brisa das asas dos anjos

Que cantam pelas fendas das rochas

A canção eterna dos picos gelados.

Dadiva do céu Eterno - PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora