Acorde, pequeno lagarto
O som do dia range pelas paredes de pedra
Pelos blocos intrínsecos de granito
Amontoados em espiral metodica
Subindo ao topo da torre de barro
A água abaixo de sua cauda oscila
Cristalina, doce, irresistível
Abaixo da lamina espelhada
Os mais formosos peixes se aplainam
Descendo contra as paredes calcárias
Fosforescendo de vida
Borbulhando em âxtase
Solvendo do sopro das profundezas
Das bolhas de éter subindo sem alarde
Seus pés ásperos se grudam contra a pedra
Seus olhos roçam as fissuras sutis
A calma lhe toma a vontade
O sopro do vento morno lhe toma a iniciativa
O som da comida se esgueirando na água
Toma-lhe a fome
Nada há além do fim do espiral de granito
Além de luz, além de som
Nada que valha o movimento de suas patas
Pois belo é seu jardim imerso
O mais puro fragmento de graça
Ainda assim, seu corpo efervesce
Subindo os sulcos entalhados
Singrando contra seu lar florido
Pois és o brilho que lhe toma o sono
O limiar das sombras, ondulando impertinente
Roubando seu travesseiro macio
O lençol que encobre seu portal de sonhos
Haverá sofrimento, conclui
Caminhos sem volta, compreende
Inimigos sorrateiros, concebe
Suor e lágrimas, consuma
Mas o que é o passar das eras
Se não erros, repetidos tantas vezes
Que se tornam novos acertos
Até diluir-se em felicidade
O mais puro deleite
Ao fim da escalada
Até o topo do profundo poço
Para sentir a doce brisa.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PoesíaSe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.