Soprando o vento, a noite a findar
Sobre a areia morna, a esfriar
Um feixe ofuscante brilha com fulgor
Uma fissura límpida na imensidão do temor
A água cálida no deserto retido
O doce calor quebrando o gelo aturdido
Uma torre inquieta aquém do descanso eterno
Sua face branda sorrindo em resplendor
Guardando um segredo com terno ardor
Um pingo de luz que quebranta o medo
Atrás da lâmpada onde floresce o amieiro
De asas abertas, guardando o ensejo
Polindo a orbe com quão esmero
Pois guarda a esperança do vasto castelo
Sem que a graça serena o deixe falhar
Pois o brilho antiquado jamais há de faltar
A generosa luz nunca há de cessar
Nem ao findar da noite
Nem ao estalar do açoite
O sentinela guarnece desvanecido de prece
De sorriso aberto jamais esmorece
Até que o céu escureça
E a lua forneça
A compensação obtida
Pela graça retida.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PoesíaSe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.