Fulgor das estrelas

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No céu noturno, vislumbrei com temor,

Indagando minha alma com fervor.

Por que seu brilho es tão gélido?

Maldição que em ondas ancestrais recaído.

Luz ofuscante, tempos idos a lembrar,

Alçando meus olhos, o resplendor a brilhar.

Cessa a sede num alento que transcende,

Seu brilho tênue remoendo, em minha mente.

Senti o toque suave, pescoço a percorrer,

A calma gélida, meus cabelos a pentear.

Eletrizando o âmago, até o amargo se lembrar,

Imolador calor cósmico, a se oferecer.

Dividindo espaço com meu coração palpitante,

Lava em torrente, num frenesi eufórico, flamejante.

Sua respiração, sem medo, trago em meu ser,

Enrolando-se com apreço, sem cessar, a florescer.

Como banquete canibal de serpentes, nos entregamos,

Até que a carne se consuma, e em êxtase nos afogamos.

Resta a vontade cravada na pele, a reluzir,

Pela cicatriz do tato, escorrendo do olhar a fluir.

Pimentas de fogo, essência a queimar,

Hortelã dos campos, frescor a perfumar.

Brisa do oceano de prazer, a nos envolver,

Desastre natural, nossos corpos a tremer.

Afogando a alma, corroendo o saber,

E ainda assim, no céu, estrela tão distante, jaz no fundo.

Entre milhares, um grão na areia no cosmo brilhando,

Uma que me tocou, como nenhuma outra, a encantar.

Estrela pulsante, no eterno céu a brilhar,

Cravada em minha carne, a me consumir.

Radiação inquieta, de seu núcleo a fulgurar,

Ofuscante, exuberante, glamorosa,

Levando minha alma a se fascinar.

Dadiva do céu Eterno - PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora