No deserto à beira-mar
Me pus a caminhar
Solvar os dedos na areia branca
Cozer o rosto no sol que levanta
Que traz o frescor e leva a carranca
As ondas do mar se assomam penosas
Engolindo a espuma, solvendo a doçura
Meus passos lentos galgando a penumbra
O dourado da luz crivando meu rosto
O opaco das pedras refletindo o esboço
Do amargo cansaço, do tênue embaraço
O sol se reprime, o mar se esconde
É uma avenida de sombras
Uma névoa de timbres
Um céu de horrores
Um mar de sabores
Temo meus passos
Temo o fracasso
Alvejada por estilhaços
Para enfim sentir o laço
A mão doce sem embaraço
Minha doce criança
O farol no mar da desesperança
Tragando minha alma ao alcance da luz
Ao caminho secreto que na praia reluz
Não como ouro ou a prata induz
Mas singelo e sutil
Feito as águas prateadas
Do lago na madrugada
Espelhando os céus na superfície laminada
Derretendo a escuridão insalubre
Em notas de luz,
Jamais lúgubres.
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Dadiva do céu Eterno - Poemas
PuisiSe aprofunde comigo dentro do inconsciente, na pele abrasadora dos sentimentos enquanto vislumbro o mundo, nadando nas aguas sorrateiras do amor, da quietude natural e na mitologia ancestral que mudaram a vida dos homens ao decorrer das eras.