Sirius - (Leonora)

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Sobre a fresca brisa do céu noturno,

Seu olhar o invoca na penumbra,

O cálido sopro do apreço indecifrável,

Irrompendo ao horizonte observável,

Perdendo-se além das bordas do mundo.

Tão risível momento derretendo-se,

Mofando, enferrujando ao som das águas,

Aguardando incessante por sua vontade,

O toque suave de seus dedos opacos.

Sob as águas fantasmagóricas do mar revolto,

Sob o reflexo ofuscante da lua brilhante,

Sob as areias mornas da noite eterna,

Sob o céu negro cravejado de pérolas.

Seus cabelos gravitam sobre os ombros,

Vacilando sobre seu corpo indócil,

Buscando amparo irrefreável, sólido,

Pois vacilam sob as leis do mundo.

O frio cálido da noite enrijece seus lábios,

Enaltece sua frondosa face imortal,

Perdida acima das areias de Helheim,

Deparada abaixo dos portões de Elfheim.

Remando sobre as águas do mar revolto,

Em meio às tempestades mortais,

Os homens vislumbram sua face inócua,

O farol zeloso na escuridão maçante

O alivio terno das almas condenadas.

Oh, Sirius, guia-os,

Perpétua estátua de graça inconcebível,

Mostre-os o caminho pelos vales tortuosos,

Pelas sombras ocultas dos vales rochosos.

Seu nome jamais será esquecido,

Em vão guarnecido em folhas macias,

Pois cravada em pedra sua forma permanece,

Desde a infância do mundo,

Desde a plenitude do cosmos.

Oculta ante o ceticismo tolo,

Inatingivel à passagem dos tempo.

Dadiva do céu Eterno - PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora