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2003

Clã Yamato

- Sua garota estúpida-

Um sorriso sinico surgiu nos lábios ressecados de seu pai, ele rio ao ver o homem que a poucos minutos convidou para ver sua filha coberto de sangue no chão. Todoye ainda estava em cima do cadáver cravando mais uma faca, o sangue respingava pelo seu rosto pálido e sujo, os olhos escuros não desgrudavam do líquido vermelho que escorria nas várias feridas do peitoral do homem.

Com 10 anos, aquela foi a primeira vez que Todoye matou um ser humano.

- O senhor disse que devo enfiar facas no corpo de quem encostar em mim -

Mesmo sendo uma criança, sua voz não soava como uma. Era assustador ver olhos vazios em uma criança, mas isso só satisfazia o líder do clã Yamato, seu pai.

Akuyashi se aproximou da garota, seus sapatos pontiagudos fazia barulho quando se chocavam com o chão, ele ficou de frente a filha e lhe deu um forte tapa no rosto, a garota cambaleou para o lado com o impacto.

- Garota estúpida, eu disse que deve atacar primeiro o ponto vital, ou seja, o pescoço!- Lhe acertou outro tapa.

Dessa vez Todoye caiu no chão com o forte tapa, que na realidade parecia um soco, a garota sentiu um de seus dentes de leite cair no chão sujo, o sangue escorreu de sua boca e a ardência logo se fez no local.

-..desculpa-

A voz da menina saiu abafada e trêmula. Ele olhou aquilo com desgosto, levantou a garota com brutalidade e forçou seu rosto para olha-lo nos olhos.
Ele viu o líquido transparente escorrer de seus olhos, seu grande polegar limpou a lágrima com o sangue que descia de sua boca.

- O que eu disse sobre chorar?-

O rosto magro da menina se estremeceu.

- Chorar é para os fracos...-

- E mesmo que eu seja fraca, não devo demonstrar isso...- Continuou a frase que seu pai sempre repetia.

- Então por que está chorando?-

- Porque dói-

" Eu conheci o diabo quando era apenas uma criança, e o pior de tudo é que ele era meu pai"

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2018 (Atualmente)

Europa.

- Senhor?- O motorista chamou atenção de Gojo.

Satoru resmungou em resposta, estava quase dormindo no acento de trás do carro.

- Por que parou o carro?- Reclamou abrindo os olhos, só assim Gojo percebeu a presença da mulher sumida pela janela.

Ela se encontrava sentada em um banco perto de um poste, estava sozinha, parada olhando para o nada.
Gojo abriu a porta e caminhou até a mulher, ele parou na sua frente e cruzou os braços. Todoye de primeira não o olhou nos olhos, continuou ali parada.

- Só te deixei sozinha por um tempo e você roubou uma padaria... impressionante !-

- Não estava escrito que devia pagar-

- Também não estava escrito que era de graça- Gojo retrucou.

Um silêncio se formou entre os dois.

- Vamos- Gojo se virou indo em direção ao carro, percebendo que ela não se mexeu a encarou novamente.

- Você vem ou não?-

̶T̶h̶e̶ ̶O̶p̶p̶o̶s̶i̶t̶e̶s̶ - ɢᴏᴊᴏ&ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍOnde histórias criam vida. Descubra agora