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21 de setembro de 2009.

Quantos dias?
Quantas horas?
Quantas semanas?
Há quanto tempo Yna sumiu?

A garota sentada no chão não sabia responder.

Todoye ficou ali, parada encarando a grande porta. Seus olhos piscavam lentamente, quase sem força, as olheiras estavam mais aparentes que nunca. Tudo se tornou repetitivo e cansativos sem a mulher de olhos castanhos.

Onde ela foi?

Engoliu em seco, sua garganta implorava por água. Quantos dias estava sem comer? Seu pai parecia ter esquecido de sua existência, já fazia dias que não via a luz do sol.

Yna, onde você foi?

As pequenas baratas corriam de um lado para o outro em meio ao cômodo mal iluminado. As paredes estão frias e úmidas, todos os bichos sairiam de suas tocas.

Você conseguiu escapar, Yna?

O barulho irritante dos ratos roendo as paredes a irritava. O silêncio daquela sala escura a irritava. O frio persistente em seus pés a irritava. O fato de que Yna foi embora sem despedida a irritava.

Só uma carta?! Por que deixou apenas aquele estúpido pedaço de papel e sumiu como fumaça??

Segurou mais uma vez a carta em mãos a lendo pela segunda vez naquele dia.
Seus olhos ardiam ao terminar cada ponto, cada vírgula.

- Por que escrever isso se podia me dizer pessoalmente.- Amassou o papel jogando no canto da sala.

Virou a cabeça lentamente encarando a carta jogada, Todoye mordeu os lábios segurando a profunda vontade de chorar.
Levantou-se do chão e caminhou em passos lentos até o canto esquerdo, se abaixou e pegou o papel o desamassando.

- Pelo menos uma de nós escapou desse inferno, não é?!- Sussurrou passando os olhos pela carta mais uma vez.

A alguns cômodos dali, Akuyashi acendia um cigarro observando a chuva de outono cair pelo vidro da janela. Uma batida na porta chamou atenção do homem de cabelos escuros.

- Entre.- Sua voz coou por toda sala.

A porta foi aberta por um de seus feiticeiros, apesar do clã Yamato estar coberto de dívidas, Akuyashi ainda tem homens de confiança por perto, além de seus serventes.

- A encontramos aos arredores da pequena floresta ao sul, senhor.-

Akuyashi abaixou o olhar vendo a mulher cuida de Todoye sendo segurada pelos cabelos e com os punhos amarrados. Ela permaneceu olhando para baixo, escondendo o rosto machucado, os olhos já estavam cobertos de lágrimas, mas Yna se segurou para não chorar diante do desgraçado a sua frente.

A risada maligna saiu dos lábios do homem com cigarro entre os dedos, o sorriso em sua boca é tenebroso, os olhos escuros o faz parecer um demônio. Yna sentiu o estômago arder com a risada assustadora, ela fraquejou por um segundo.

- Eu... eu sei seu plano..- Ela finalmente falou, levou a cabeça olhando para o rosto do homem que tanto teme.

- Entendo, por isso você fugiu.- Akuyashi respondeu levando o cigarro aos lábios finos e assoprando a fumaça sem desviar os olhos da mulher ajoelhada.

- Você não vai conseguir o que quer! ELA NÃO É UM MONSTRO COMO VOC- Suas palavras foram interrompidas pelo grito que deu aos sentir sua bochecha ser queimada. Akuyashi apagou cigarro na pele de Yna que contorcer de dor, o homem que a segurava forçou para que o rosto dela permanecesse parado.

̶T̶h̶e̶ ̶O̶p̶p̶o̶s̶i̶t̶e̶s̶ - ɢᴏᴊᴏ&ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍOnde histórias criam vida. Descubra agora