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2005

Clã Yamato

Yna olhava a criança com ternura, a frustração de não conseguir fazer nada ainda pesava em seus ombros, era difícil ignorar o abuso que a criança sofria diante de seus olhos.
A menina já estava com 12 anos, mas tinha corpo de uma mulher adulta, não parecia de fato uma criança. Seus olhos vazios e escuros as vezes assustava a mulher de cabelos castanhos.

- Yna?- Todoye a chamou sem tirar os olhos escuros da parede.

- Sim?- Se aproximou mais com seu sorriso gentil de sempre.

Todoye não entendia porque a mulher a olhava daquele jeito.

- Você é feliz?-

A garota perguntou fazendo os olhos de Yna lacrimejarem quase que instantaneamente. Por que aquela pergunta a deixou totalmente emotiva?

- Por que isso de repente?- Deu uma risada tentando desviar o assunto.

As duas órbitas escuras focaram na mulher, Yna reprimiu os lábios, Todoye nunca a encarou nos olhos.
A garota sempre tentava desviar os olhos ao falar com Yna, fazia isso porque não queria assustar a mulher, Todoye sabia que tinha horrendos olhos.

- O papai é infeliz por minha causa, eu só queria saber se você também é.- Sua voz era sem sentimento e o rosto sem expressão. Yna deixou as lágrimas caírem pela bochecha, não queria chorar diante a criança mas não conseguiu evitar. Yna sempre deu seu melhor para não expressar a tristeza que sentia ficando presa naquela casa, sua vida havia acabado quando foi vendida pelos pais para o clã Yamato, mas ela não diria isso a menina, ela se culparia.

Yna se apegou Todoye, sentia como se fosse a mãe da garota.

Queria profundamente que ela fosse feliz.

Os dois pares de olhos escuros permaneceu parado, Todoye observava o líquido transparente sair do rosto da mulher que a trazia comida e conversava. Já fazia muito tempo que não via lágrimas com os próprios olhos. Tocou os próprios olhos sentindo a pele seca, talvez não tivesse mais lágrimas para derramar, seu pai fez questão de eliminar todas.

Um abraço pegou Todoye de surpresa, ela se assustou com o toque repentino. Yna apertou firme a garotinha nos braços, sentia os músculos enrijecido dela. Todoye permaneceu imóvel, não sabia reagir a um abraço, só escutava o choro alto de Yna.

Ela não precisou falar nada, Todoye já sabia a resposta.

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2018 (Atualmente)

Tóquio

- Por que essa cara de peixe morto? Até parece que não queria está aqui-

Gojo perguntou vendo Todoye mal tocar na comida.

- Mas eu não queria, você que me arrastou-

- Eu? Você que 'tava seguindo a gente, eu só convidei porque sou educado-

A mulher revirou os olhos e soltou ar pela boca, não ligando para as palavras dele. Voltou a encarar o homem a sua frente sem piscar os olhos.

- Por que não para de me encarar? Tá apaixonada?- Ele riu de lado e encostou as costas na cadeira apoiando os braços na lateral.

- Prefiro morrer-

Itadori colocou um sushi na boca escutando a fofoca dos dois adultos, iria contar a Megumi e Nobara mais tarde, porém lembrou que não podia ver-los. Seu rosto murchou de tristeza.

̶T̶h̶e̶ ̶O̶p̶p̶o̶s̶i̶t̶e̶s̶ - ɢᴏᴊᴏ&ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍOnde histórias criam vida. Descubra agora