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2007

Clã Yamato.

A lente dos óculos redondos brilharam refletindo a luz da lâmpada acessa. Todoye segurou a faca suja de sangue das maldições que já matou. Com os pés firmes no chão, ela apontou a lâmina afiada em direção a grande maldição que seu pai havia acabado de colocar dentro do porão.
Ele fazia sempre isso, os níveis das maldições só aumentavam, é um tipo de treinamento, onde o castigo de perder é a morte.

Uma maldição de nível um, forte, habilidosa e esperta era o que estava de frente a menina. Todoye se aproximou com velocidade em direção ao monstro, sentiu seu braço arder assim que ia atacar, a maldição atingindo ela sem ao menos perceber. O sangue fresco escorreu pelo braço pálido sujo de terra, ela não olhou a ferida ou se permitiu sentir dor, um arranhão não é nada comparado as outras coisas que já passou.
Pulou apoiando os pés na parede e saltou por cima da maldição, Todoye desferiu a faca pelos membros do monstro os arrancando. Golpes invisíveis foram na direção da garota, ela desviou de todos, porém acabou sendo atingida pelos braços que se regeneraram rapidamente, Todoye não esperava que fosse tão rápido. Esse foi o maior erro dela. O corpo da menina bateu na parede com força fazendo sangue escorrer pela sua boca, o golpe que levou foi tão forte que cortou sua sobrancelha.

Todoye é uma criança de pouca gordura corporal, isso fazia com que os golpes que levassem atingissem seus ossos com mais facilidade, e foi isso que aconteceu. Caiu sentada no chão, algo perfurava seus pulmões, ela colocou a mão no peito sentindo dor ao inalar oxigênio. Se colocou se pé com dificuldade e esforço, a dor que sentia ao respirar só aumentava, tornando uma agonia insuportável.
Pegou a faca caída ao seu lado e correu com tudo, desferindo facadas por toda maldição sem parar, a fúria em seus olhos escuros era visível de longe.

Todoye não parecia uma criança.

Ela tem os olhos mortos de um soldado.

As portas se abriram assim que a maldição evaporou como pó. Os joelhos bambos deslizaram no chão, gotas de sangue caíam no piso sujo, a dor que sentia era insuportável, mas não comparado ao que sentiu ao ver a expressão de seu pai.
Akuyashi Yamato encarou a criança ajoelha no chão com amargura, seus olhos escuros mostravam desgosto, decepção.

Todoye levantou a cabeça o encarando de volta, o sangue de sua sobrancelha escorria pelo rosto pálido. O homem de sapatos pontiagudos pousou a mão na bochecha da garota. Todoye não se permitiu fechar os olhos e apreciar o toque do pai, porque a mão suave se tornou um peso, Sr.Yamato deslizou a mão até a ferida aperta e pressionou o corte, fazendo ficar mais profundo, provavelmente virando uma cicatriz futuramente.

- Todoye, minha única filha e maior decepção.-

Quis chorar, a garotinha quis realmente chorar, mas nada escorria de seus olhos.

Estava morta.

Por dentro e por fora.

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Gojo, você consegue salva alguém morta como eu?

Não, mas você pode salvar alguém como eu, Todoye.

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2018

Tóquio

- O diabo.-

Sua voz saiu tão baixa que mal se conseguia ouvir. Gojo franziu a testa, esperava tudo menos isso.

̶T̶h̶e̶ ̶O̶p̶p̶o̶s̶i̶t̶e̶s̶ - ɢᴏᴊᴏ&ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍOnde histórias criam vida. Descubra agora