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Art: @oyouun

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1993

Clã Yamato

O tempo estava frio, o relógio já mostrava ser madrugada e os pingos de chuva caiam pelo vidro da janela sem parar. Sr. Yamato bebia seu segundo copo de vinho olhando a lareira a sua frente. Havia perdido sua esposa naquele dia, em troca ganhou uma criança inútil que só sabia chorar.

Batidas na porta foram escutadas e logo a figura de uma mulher de roupa branca apareceu diante da porta.

- Desculpe incomodar, mas a criança não para de chorar -

A enfermeira falou preocupada. Ele não havia olhado a menina nem uma única vez e ela sabia o motivo.

- Veja bem... eu sei que ter um filho era sua única esperança de erguer o clã, mas você pode conseguir isso com ela e-
Foi interrompida por um alto barulho de vidro se quebrando.

- VOCÊ NÃO SABE DE NADA, ENTÃO CALA A PORRA DA BOCA!- Se levantou da poltrona e andou até a mulher.

- Pense bem, senhor...- Deu passos lentos para trás até tocar as costas na porta.

- Se a garota tiver um nível de energia amaldiçoada elevada, ou alguma técnica especial ela pode se casar com alguém de um clã maior.... -

- Não seja idiota! Nunca que os bens viriam para a família da esposa-

- ...ou pode vendê-la! -

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2018 ( Atualmente )

Tóquio

Todoye segurou as malas com mais força assim que chegou de frente ao hotel que ficaria hospedada, o diretor lhe entregou um papel com o endereço de onde ficaria, ela apenas entregou ao taxista.
Respirou fundo, andou em direção a uma simples porta de vidro e entrou. Dentro estranhamente parecia mais escuro que fora, as luzes tinham um tom amarelado, não havia uma alma viva ali, exceto pelo homem na máquina de café e uma mulher no balcão a alguns metros.

- Chave do quarto 15 -

A mulher a encarou dos pés a cabeça e voltou sua atenção para uma ficha, passou os olhos claros por toda lista procurando algo.

- Todoye, certo?-

- hun- concordou

- Identidade por favor -

Os olhos de Todoye piscaram mais que o normal, suas sobrancelhas se juntaram em confusão.

- Sua identidade, aquele papel com uma foto sua, ou qualquer coisa que eu possa ver se é você mesmo -

- Você não enxerga? Não tá vendo que estou na sua frente?-

- Não posso entregar nada sem uma ident- Não terminou a frase, a mulher de cabelos curtos bateu a mão com força na bancada e encarou a loira.

A recepcionista engoliu em seco e se afastou, Todoye a encarava como se fosse cometer um crime, e a vítima seria ela.

- Opa opa opa-

O homem que pegada café na máquina se aproximou das duas mulheres.

- Uhh o que tá rolando aqui?-

Os olhos dele queimava todo corpo da mulher de óculos, ele sorriu e colocou a mão no ombro de Todoye tentando acalmá-la. A mão do moreno mal tocou no tecido da roupa da mulher que já foi segurada pela mesma, ela tirou sua atenção da recepcionista e encarou o homem friamente.

̶T̶h̶e̶ ̶O̶p̶p̶o̶s̶i̶t̶e̶s̶ - ɢᴏᴊᴏ&ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍOnde histórias criam vida. Descubra agora