Você ainda tem tudo de mim. ~*CLEXA*~

Capítulo 2

ATENÇÃO, NESTE CAPÍTULO: ALERTA DE GATILHO PARA ALGUEM QUE SOFREU ALGUM TIPO DE ABUSO. FISICO OU PSICOLOGICO.

Próximo Capítulo: 13/01

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No refeitório, Octavia estava sentada com um copo de café na mão e a outra apoiava seu rosto na mesa.

- Bom dia, Ô. - murmurei sem vontade.

- Que dor!!! - ela falou esfregando a testa.

Miller chegou sorridente como sempre.

- Bom dia, meninas!

Olhamos para ele de mau-humor.

- Como você tá... disposto? - Octavia perguntou incrédula.

- Vocês não conhecem remédio para ressaca? - perguntou deixando sua mochila em um dos armários.

Eu não conseguia processar nada. Minha cabeça explodia.

- Só de pensar em passar o dia em frente a um computador já me desanima.

- Boa sorte, Ô. - eu disse ao afagar seu ombro.

Ela apenas acenou com a cabeça em agradecimento.

- Bom dia. - Woods entrou.

Guardei minha marmita na geladeira e me dirigi ao pequeno armário no alto da pia para pegar um copo, no mesmo momento em que ela também esticava a mão e nossos braços se encostaram. Senti a região se arrepiar.

Nossos olhos se encontraram.

- Bom dia. - eu respondi ofegando.

Ela assentiu e mais uma vez saiu tão rápido quanto entrou. E eu só consegui acompanhar ela disparar porta a fora.

Miller me olhou e riu.

- O que eu perdi? - Octavia perguntou, percebendo o sorrisinho de Miller.

- Sua amiga tá afim da chefe. - Miller respondeu.

- NATHAN. - quase gritei. - E se ela escuta uma coisa dessas?

- É verdade, Clarke?

- NÃO!

Ela riu, deu mais um gole no café e saiu.

[...]

No carro, Octavia me questionava.

- Você tá mesmo afim da Srta. Woods?

- Lógico que não, você sabe que eu sou a última pessoa a querer me envolver com alguém.

- Eu sei, e é exatamente isso que me preocupa.

- Como assim?

- As vezes eu só queria que você conseguisse seguir em frente.

- Eu tento, Ô.

Ela afagou minha mão.

Octavia é minha melhor amiga e sabia tudo o que já aconteceu comigo.

Quando eu surtei e fugi deixando pra trás a única pessoa que já amei na vida, conheci Octavia e nos demos bem desde então.

Ela me ajudou e me convenceu a fazer terapia.

E sim, o que eu tive foi um estresse pós-traumático, e tive muito medo de perder a única pessoa que restava de família.

Mas como disse à Miller, não restou nada para encontrar da minha ex (quando eu tentava vez outra), enquanto eu me recuperava.

Octavia olhava o celular sorrindo.

- Que foi?

- Lincoln mandou mensagem.