Capítulo 23

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Olá, pessoas. Consegui não atrasar dessa vez. Continuemos assim rs.

Próximao atualização: 08 de Junho.

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Domingo - 24 de Dezembro

Não me assustei quando me olhei no espelho e vi meus olhos inchados. Meu rosto cobrou uma noite inteira chorando pela mulher abraçada comigo.

Chorei por ela estar traumatizada, chorei por ela ter pedido um tempo, chorei pelos seus pesadelos, e principalmente, chorei por ela se sentir menos.

Eu queria poder enfiar na cabeça dela que ela continuava perfeita, que isso a tornava mais humana, que eu ainda a amava.

Mas eu sei bem como ela está se sentindo, eu me senti assim por anos e ainda quando nos encontramos, me senti pior ainda. Ela tinha acabado de sofrer um trauma, e sabe se lá quanto tempo levaria para ela.

Eu só tentava manter a distância que ela pediu. Quando eu precisei ficar sozinha, ela deixou. Eu tinha que tirar forças para fazer o mesmo por ela.

Mas fazer isso por ela, não amenizava em nada a dor em meu peito. Por mais que ela me permitisse ficar perto dela, não era a mesma coisa. Não poder arrancar um beijo, ou abracá-la, ou lhe ajudar com a troca de curativo em seu ferimento, estava me custando mais do que eu achava possível.

[...]

Estacionei o carro e saí desanimada.

- Ei, Clarke. - reconheci a voz de Josephine.

- Oi, Jose. - falei melancolicamente e ela sorriu.

Eu queria dizer que não lhe dei um apelido, eu só estava sem forças até para falar seu nome todo.

- Parece cansada.

- E estou. - abaixei para fazer carinho em Picasso. - Olá, lindinho. Estava com saudades de você.

- Também estávamos.

Estávamos?

Levantei e a olhei.

- Estava pensando, gostaria de convidar vocês para dar uma passadinha lá em casa hoje.

- Vamos receber nossos amigos, mas obrigada pelo convite.

Minha voz parecia robótica, voltei a me sentir vazia e nem havia percebido.

- Você está bem mesmo? Tem certeza que é só cansaço? Você e Lexa estão bem?

- Claro. - menti para não lhe dá abertura para saber sobre nosso relacionamento.

- Mesmo? Pode contar comigo.

- Mesmo. Eu preciso entrar agora. Ela deve estar me esperando.

Dizer isso, soou como um crime de tão falso que saiu. Ela percebeu.

- Posso não ter me comportado bem, mas me importo com você, Clarke. Pode me dizer, pode conversar comigo.

Eu relutei, mas por cansaço, ou por desabafo, falei:

- Lexa me pediu um tempo.

Ela apertou a mandíbula.

- Eu sinto muito, sei que você a ama e que deve estar sofrendo.

- Estou.

- Quer dá uma volta, para distrair?

- Não, mas obrigada mais uma vez. Se quiser aparecer mais tarde para nos dar um abraço, será muito bem-vinda.

Você ainda tem tudo de mim. ~*CLEXA*~Onde histórias criam vida. Descubra agora