Publicado em: 08/01/2024💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞
Nakano passou no hospital rapidamente e, quando estava com os resultados em mãos teve um pouco de medo de abrir o papel, ele realmente não sabia o que esperar e muito menos o que sentir. A única certeza que tinha era que dependendo do resultado, toda a sua vida mudaria naquele instante. Esse fato era assustador, tantas coisas lhe passavam pela cabeça, tanta coisa poderia ter sido diferente se fosse mais seguro de si na sua juventude. Ele se lembrava que todos o chamavam de corajoso quando decidiu ir estudar fora do país com seus dois melhores amigos Chantara e Sopanut, mas o que eles não sabiam é que aquilo era mais uma tentativa de fuga do controle do seu pai, para poder trilhar as suas próprias escolhas, mas nem tudo, na época, saiu como esperado.
Respirando fundo diversas vezes para tomar coragem, Nakano, finalmente abriu o papel em suas mãos. Depois do choque de confirmar suas suspeitas, veio um pequeno sorriso de felicidade, mas junto veio a mágoa, a decepção e o medo, lhe tirando o ar e, novamente, ele respirou fundo para controlar suas emoções e tentar escolher o melhor caminho para resolver a situação. Com as mãos trêmulas Nakano pegou o telefone que vibrava em seu bolso, era a mensagem de Sopanut com o endereço do restaurante em que o aguardavam, no primeiro momento ele pensou em inventar uma desculpa para declinar do convite, mas pensando melhor resolveu responder que estava a caminho. Em seu atual estado emocional não seria bom para ninguém que ele voltasse para casa naquele momento. Então, depois de alguns minutos, Nakano saiu do hospital, chegando uns vinte minutos depois no local que era aguardado.
- Ei, Nakano! Estamos aqui! - Sopanut gritou acenando com as mãos ao ver o amigo parado na entrada, fazendo os demais clientes do restaurante os olharem com maus olhos. - Venha! - Ele continuou ignorando o pigarro do cunhado. - O quê? - O fotógrafo reclamou quando Chantara abaixou suas mãos.
- Seja menos barulhento! - Chantara advertiu o amigo. - Talvez seja por isso que sua irmã se recusa a nos acompanhar a um restaurante?! - Ele refletiu cerrando os olhos.
-Ou será porque ela sabe que você bebe além da conta quando há alguém disponível para carregá-lo? - Sopanut retrucou de volta.
- Não me culpe por querer aproveitar os poucos momentos que tenho. - Chantara fez muxoxo. - Não se esqueça que sua irmã só me permite sair para brincar com você e o Nakano… Foi um sacrifício quando os dois estavam fora do país.- Ele confessou com tristeza.
- O quê você já está choramingando? - Nakano questionou se sentando ao lado dos amigos, tentando parecer animado. - Por favor um Whisky duplo. - Ele pediu ao garçom que passava.
- Ohh… vamos com calma?!- Sopanut olhou espantado para o recém chegado, que sempre preferiu bebidas mais suaves. - O que aconteceu? - Ele perguntou preocupado com a cara abatida e nervosa que Nakano não conseguia disfarçar.
- Vamos, Nakano, derrame… somos nós, seus amigos de infância, não há mais nada que possa o envergonhar a nossa frente! - Chantara argumentou querendo persuadir o CEO a se abrir com eles.
- Verdade, estávamos juntos em suas piores derrotas… quando apanhou no colégio de um cara menor que você… quando foi reprovado em matemática, quando tentou esconder do seu pai que bateu com o carro dele… - Sopanut enumerou os fatos vergonhosos do amigo, enquanto Nakano já virava a bebida que tinham lhe servido. - E, também, quando levou um fora do grande amor da sua vida. - Ele afirmou com certo orgulho.
- Tecnicamente, aquilo não foi um “fora” , já que Samorn não apareceu. - Chantara refletiu querendo acalmar o ego do amigo daquelas lembranças amargas. -E, até hoje não sabemos o que aconteceu com ela. - Ele falou com um pouco de tristeza, sempre achou que aquele era o motivo de Nakano ter se mantido solteiro até aquele momento.
- Ela morreu! - Nakano declarou pousando o copo vazio na mesa e, sinalizando para o garçom lhe trazer outra doze. - Samorn está morta! - afirmou ele com os olhos marejados.
- Como?! - Os dois diretores questionaram chocados.
- Quando ficou sabendo disso? Você tem certeza? - Sopanut tentava entender.
- Soube por acaso… um pouco depois de voltar para o país… - Nakano respondeu esfregando o rosto cansado.
- Ela morreu a pouco tempo? - Chantara tentava assimilar as coisas.
-Já faz alguns anos… - Nakano respondeu com os olhos cheios d’água. - E, deixou nosso filho… - Ele confessou em quase um sussurro, deixando suas lágrimas começarem a rolar.
-Isso é loucura, certo?! - Sopanut perguntou enquanto Chantara apenas permanecia chocado de boca aberta sem saber o que dizer. - Quer dizer… vocês não se vêem há quase 19 anos, você descobre que ela está morta e o quê? Um rapaz qualquer chegou a você dizendo que é seu filho? - Ele tentava achar a razão naquilo tudo.
- Sopanut está certo, você não pode tomar tudo como verdadeiro, tem que verificar primeiro. Talvez seja apenas alguém que sabe da sua história com Samorn e queira tirar vantagem disso… - Chantara aconselhou saindo do seu torpor.
- Não… ele nem sabe que eu sou o pai dele… - Nakano respondeu balançando a cabeça.
- Então como você tem tanta certeza? Quem é o rapaz? - Sopanut questionou muito preocupado.
- É o N’Team. - Nakano confessou deixando os dois amigos atônitos. - Eu vi uma foto dele mais novo com a mãe e a avó, jamais esqueceria o rosto de Samorn … fiz as contas… e, como tinha grande possibilidade, fui até o hospital onde foram atendidas após o acidente de trem e pedi para fazerem o teste de DNA,.. Acabei de chegar de lá… deu positivo, ele é , realmente, meu filho! - Ele sorriu apesar das lágrimas.
- Uau… isso é de fato incrível! - Chantara estava chocado. - E, o que você pretende fazer agora com essa informação? Quando irá contar a verdade ao N’Team? - Ele perguntou cauteloso.
- Eu não sei… estou com tanto medo! - Nakano respondeu sincero. - Não sei que histórias lhe foram contadas sobre o pai… E, porque ela não me contou? Afinal nós nos amávamos e, era para ela ter ido para o exterior conosco, então, porque esconder isso de mim? - Ele tinha mais perguntas do que respostas.
- Acalme-se e tome seu tempo… - Sopanut aconselhou. - Esse assunto deve ser tratado com muito cuidado, o N’Team já sofreu tanto… - Ele se lembrou da história do pequeno.
- Sei disso e, foi por esse motivo que não corri para casa… Estou com medo da sua reação quando souber… - Nakano concluiu tristemente. - E, isso também pode afetar Win, meu afilhado tem tanto apego ao N’Team… não só ele, eu também, já o amo como filho, antes mesmo de conhecer a verdade… E, se nada sair bem? Se N’Team achar que eu abandonei a sua mãe com ele no ventre?- O desespero já tomava conta do coração dele.
- N'Team é um bom garoto, acredito que ele pode até se chocar de início, mas vai te aceitar. - Chantara o encorajava.
- Isso mesmo! - Sopanut concordou. - E, só assim poderá saber a verdade do porquê Samorn desistiu sem avisar. - Ele argumentou.
- Tomara… isso me assombrou por anos… mas o mais importante é que meu filho me aceite! - Nakano falou com mais firmeza do que sentia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Coisas da Vida
FanfictionNo momento mais difícil de suas vidas, marcado pela perda e pela dor tão insuportável, Win e Team se conhecem, para juntos aprenderem a sobreviver e lutar contra os infortúnios da vida, para redescobrirem a felicidade. Coisas da Vida, vem contar com...