Coisas da Vida

Capítulo 11 - A Primeira Vista

Publicado em:  23/03/2023

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Não demorou muito para os três jovens estacionarem no centro comercial de Bangkok, seguindo imediatamente para o cartório onde Sun já os aguardava com toda a papelada necessária para atender a decisão de Win. Sun, já conhecia à muitos anos a família Noppanut e, por isso lhes era tão fiel e prestativo. Fora o falecido Sr. Noppanut, o único amigo de seu pai, que não virou as costas, quando sua família veio a ruína, que apoiou ele e sua mãe, quando envergonhado o pai não aguentou a pressão e, tomou a decisão de acabar com a própria vida. Foi aquele grande homem que apostou nele, o garoto mimado e, o tornou a pessoa que ele era hoje, digno de se olhar no espelho com orgulho e encarar qualquer obstáculo que a vida pudesse trazer.

E, por conhecer o grande coração da família Noppanut, Sun não achou estranho ou errado as decisões de seu jovem patrão, principalmente, por ele ter conhecido a pequena criatura a quem Win desejava cuidar. Em, seu coração, Sun compreendeu que os dois fariam bem um ao outro, se ajudando mutuamente a passarem por aquele momento turbulento de suas vidas e, no que dependesse dele, os dois jovens reencontrariam a felicidade de viver. Com esse pensamento animado, ele arrumou a pasta em suas mãos e, sorriu ao ver Win e Team se aproximarem, com o primeiro guiando o caminho para o menor, mas foi somente quando pararam à sua frente que Sun reparou que eles estavam em três, o outro rapaz desconhecido lhe deu um largo sorriso, quando seus olhos se fixaram em seu rosto.

- Cof-cof... – Win deu uma leve tossida para tirar os dois mais velhos que se encaravam intensamente. – Humm... P’Sun, acho que você ainda não conheceu P’Mork... – O loiro intuiu segurando sua risada quando Sun envergonhado balançou a cabeça. – P’Mork é sobrinho do Sr. Antit e assumiu seu lugar quando ele se aposentou. – Ele informou.

- Infelizmente, as vezes  que P’Sun esteve na mansão eu estava de folga ou ajudando a Sra Noppanut no jardim, então, não tivemos a oportunidade. – Mork tomou a dianteira estendendo a mão para um caloroso aperto, fazendo os menores rirem de sua empolgação.

- Então, é um prazer finalmente conhecê-lo... – Sun ergueu as sobrancelhas, surpreso por já ter sido notado pelo outro antes. – É ... É... Podemos entrar?! – Ainda sem jeito, ele abriu a porta de vidro do cartório para que todos entrassem, ficando desconcertado com o olhar penetrante que o novo amigo lhe deu ao passar rente ao seu corpo, pois diferente dos demais Mork tinha um corpo atlético que ocupou quase todo o espaço da passagem.

- Hia realmente não precisa fazer isso...  – Team resmungou depois de ouvir o escrivão, que junto com Sun, explicaram a papelada toda.

- Bem, na verdade, se o jovem Win não fizer isso, você será encaminhado a um juizado, como o Nong ainda é de menor, não tem permissão para viver sozinho assim. – Sun ponderou. – Acredito que N’Team não queira isso, certo? – Ele questionou.

- Oyy... eu logo farei 18 ! – Team bufou.

- Vai fazer não é ter! – Win sorriu e bagunçou o cabelo do menor.

- E, esse documento, também, permite que ambos possam tomar decisões um pelo outro em casos críticos, pois os tornam legalmente uma família. – Sun acrescentou.

- Humm ... Ok! – Team foi convencido e, pegou os papéis para assinar.

Depois de assinarem a papelada, registrarem e, obter suas cópias autenticadas, os quatro seguiram para o próximo passo, que era irem ao banco. Sutilmente os dois mais velhos andavam um pouco mais atrás dos Nongs e, apesar de não trocarem efetivamente palavras, seus olhos diziam tudo. No banco foi ainda mais rápido do que no cartório, pois o gerente já havia processado todas as coisas, faltando apenas, anexar os documentos que eles traziam e fazer as assinaturas de Team junto com o reconhecimento facial e digital. E, não demorou muito para receberem os cartões para Team e, estarem se despedindo do gentil gerente, para saírem de lá.

- Hia... Há algo errado... – Team franziu a testa. – Aqui tem dois cartões. – Ele mostrou ao mais velho já tentando voltar para o gerente.

- Está correto, Nong! – Win o parou, deixando Team mais confuso. – Um é da sua conta poupança que está com as economias da sua avó e, para onde vamos direcionar sua bolsa de estudo. – O loiro falou pausadamente. – O outro é um cartão de crédito vinculado a minha conta pessoal. – Ele falou casualmente tentando fazer o pequeno voltar a caminhar.

- Porque? – Team encarou o jovem loiro. – Não  preciso disso! Hia, já faz demais por mim. – O pequeno menino ficou visivelmente aborrecido. – Não  sou um inútil, posso cuidar de mim mesmo... Trabalhar para me sustentar. – O Nong se mostrou ofendido deixando Win atordoado.

- N’Team, acredito que o patrãozinho não teve essa intenção... – Mork foi ao socorro de Win. – Ele só quer que você não se preocupe com nada em caso de qualquer emergência... Hum, por exemplo, se ele estiver viajando e, algo acontecer com a Sra Karn... Você terá como socorre-la imediatamente. – O jovem astuto apelou para algo sentimental, para explicar o ato atencioso do patrão, vendo que o pequeno era bastante orgulhoso nesse aspecto.

- Isso mesmo e, o Nong não precisa usar se não for uma emergência, apenas o tenha com você. – Sun se juntou no argumento.

- Desculpa se o ofendi N’Team ... realmente não era minha intenção, eu devia ter comunicado minha intenção para você. – Win pediu amuado e, envergonhado por supor que aquilo não era grande coisa.

- Tudo bem Hia... – Team suavizou o olhar. – Desculpa  exagerar as coisas, vou guardar para emergências... Obrigado! – O menino falou guardando o cartão junto com a papelada.

Passado o desentendimento, os quatros se dirigiram ao shopping para ir a um café ótimo café que Sun indicou. Ao entrarem no estabelecimento, os olhos de Team chega brilharam ao ver tantos tipos de tortas, doces e salgados. Os três acompanhantes do menino, caíram na gargalhada em presenciar tamanha fofura, deixando o Nong sem jeito. Enquanto eles lanchavam, Win recebeu a ligação de Sky e, ao fundo ele podia ouvir o alvoroço de três Nongs perguntando sobre como Team estava, se melhorou da febre, se voltou para casa de Win... As pequenas criaturas, com uma preocupação genuína, não deixavam Sky completar nenhuma fala ao telefone, então, para acalmar seus corações, o loiro os convidou para irem se encontrar com eles no shopping.

- P’Mork , você pode voltar de táxi, que Sky está vindo nos encontrar e, nos deixa em casa depois, para levar seu carro. – Win comunicou ao segurança.

- Eu posso lhe dar uma carona! – Sun se prontificou rapidamente, provocando um sorriso nos lábios de Win, o fazendo perceber que sua dispensa pelos serviços do rapaz foi proposital.

- Se não for muito incomodo, eu aceito! – Mork respondeu com um grande sorriso.

- Imagina, incomodo algum... Estou voltando para a empresa e, a casa de Win fica no caminho. – Sun disse casualmente, mas seu rosto rosado não enganava ninguém.

E, as duplas se despediram, seguindo caminhos opostos, mas com a mesma alegria estampada em seus rostos.