Coisas da Vida

Capítulo 55- Acerto de Contas

Publicado em: 11/07/2024

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Naquela manhã depois de conversar com sua colega de apartamento, agora mentora, Sinee resolveu voltar a casa do pai para buscar o restante de suas coisas que tinha deixado para trás. A garota estava empenhada em ajudar a nova amiga a realizar o projeto da Escola de Modelos e Produções, então queria levantar mais fundos, ela tinha até proposto pegarem doações de estrelas do mundo da moda para organizarem um leilão e, ambas estavam animadas com isso. Com o apoio de Kauhanda, após almoçarem na rua para comemorar as novas ideias, a jovem teve maior confiança de enfrentar a parte mais pesada de sua antiga vida. Quando as duas chegaram na mansão, o Sr. Tsoi estava em seu escritório e não lhes deu muita atenção, apenas comentou com descaso que estava demorando a filha vir pedir dinheiro, o que ela negou explicando suas intenções para estar lá.

- Sério?!- Tsoi levantou uma sobrancelha em dúvida. - Finalmente, a pobreza de espírito da família da sua mãe te alcançou!- Ele revirou os olhos com pesar. - Faça o que quiser...só desapareça, é realmente uma inútil como a mãe! - Balançando a cabeça em lamento, ele voltou sua atenção para os papéis a sua frente.

Arrasada com as palavras do pai, os olhos de Sinee se encheram de lágrimas. Ela ficou lá imóvel olhando para a figura do homem que a moldou daquela forma vazia, até ser puxada pela mão, para fora do escritório por Kauhanda. A modelo abraçou e confortou a menina quando os soluços se romperam. Indignada com a atitude do Sr. Tsoi, a mais velha quis ir logo embora, mas depois de se acalmar, Sinee a convenceu de continuarem o que tinham ido fazer, pois a escola que ajudaria tanta gente, era muito mais importante do que as palavras e a opinião de seu pai. Ao refletir nas palavras da Nong, Kauhanda teve que admitir que estava certa, então, trocaram um sorriso reconfortante e subiram as escadas para cumprirem a missão do dia.

Nakano fervia de tanto ódio, era como se seu corpo fosse um vulcão que estava prestes a entrar em erupção. Ele pegou seu carro e saiu cantando pneus deixando os seguranças do portão surpresos com ação, já que o homem era normalmente tão calmo e de bons hábitos. Nem o próprio CEO se reconheceria se parasse para analisar suas atuais reações, mas ele perdeu muito com toda aquela mentira de Tsoi, perdeu de compartilhar o melhor momento de um casal que é a gestação de um filho; perdeu a possibilidade de viver com sua família; perdeu a chance de lutar com recursos pela a cura de Samorn; perdeu os últimos dias de vida de sua amada; perdeu 18 anos da vida de seu filho e; se não obtivesse respostas poderia perder Team de vez, então ele corria desesperado para encontrar seu maldito cunhado.

- TSOI? TSOI? SEU DESGRAÇADO VENHA AQUI. - Nakano começou a gritar assim que a empregada abriu a porta. - Cadê aquele maldito?- Ele se virou para questionar a empregada assustada.

- No escritório senhor Nakano. - A empregada respondeu nervosa.

- Que furdunço é esse aqui?- Antes que Nakano começasse a andar até o escritório, Tsoi saiu irritado. - Isso são modos de entrar na casa dos outros seu estupido?- Ele cerrou os dentes ao ver que era seu cunhado fazendo alvoroço.

- Até onde eu sei essa casa continua pertencendo a minha família e não a você!- Nakano devolveu em um tom áspero.

- Humm o que é da minha filha é meu!- Tsoi respondeu presunçoso, escondendo a raiva por aquela verdade.

- Engraçado...ao que eu saiba Sinee não mora mais aqui... e, você nem se deu o trabalho procurar saber se ela está bem.- Nakano acusou severamente, sua raiva só aumentava com aquele cinismo de Tsoi.

- Vejo que Nakano está muito mal informado, acontece que minha filha acabou de voltar para casa... - Tsoi lembrou que a pirralha deveria estar no andar de cima e usaria isso para acalmar o intruso.

- Não voltei não tio!- Sinee surgiu no topo da escada com Kauhanda ao seu lado. - Viemos apenas buscar algumas coisas ...- Ela informou enquanto desciam as escadas.- Aconteceu alguma coisa, tio? - A menina perguntou preocupada, as duas ouviram os gritos e foram ver o que ocorria.

- Parece que o seu pai sempre foi um bom mentiroso!- Nakano deu um sorriso sarcástico. - Ele até me escondeu que eu tinha um filho.- Ele olhou diretamente nos olhos do outro homem que apenas engoliu a seco.

- O quê? - Sinee ficou chocada e olhou para o pai com horror, isso estava além do aceitável, até para ele.

- Você agora está ficando louco?- Tsoi desconversou. - Que história é essa? Não tenho culpa de qualquer louca, que você tenha se relacionado, ficar inventando histórias por aí.- Ele ria debochado quando Win, Team e o outro Sr. entraram na sala. - Agora todos resolveram invadir? - Tsoi bufou irritado. - Win, por favor leve seu padrinho daqui que ele está surtando. - Sugeriu, tentando encerrar o assunto.

- Surtando? Eu surtando? Olhe para isso... - Nakano estendeu a carta em cólera.- Samorn veio aqui me contar que estava grávida e doente... dias depois ela deixou uma carta e seus exames... ela falou com você, só com você... E, você informou que eu já tinha partido quando eu ainda me encontrava aqui... foi você quem me levou ao aeroporto e não teve a decência de me dizer nada!- Ele falou com lágrimas nos olhos ao descrever o conteúdo da carta.

- Ah...é isso?- Tsoi olhou com pouco caso. - Você deveria me agradecer, te poupei de um grande dor de cabeça... provavelmente a criança daquela desclassificada, caça fortuna nem era seu...- Ele ia dizendo quando foi calado por um belo soco de direita que o fez cair no chão com Nakano sobre ele.

- Como ousa falar dessa maneira seu maldito?!- Nakano via vermelho, socando o homem no chão. - Ela era decente, muito melhor que você...- Ele ainda batia enquanto os homens tentavam tirá-lo de cima de Tsoi. - Você é um verme parasita e, acha que todos são iguais a você?- O CEO estava descontrolado tentando escapar das garras de Win e do policial que o seguravam, enquanto Sinee e Kauhanda levantavam Tsoi todo ferido do chão.

- CHEGA... PAI CHEGA!- Team gritou aflito se metendo na frente de Nakano o abraçando para contê-lo.

Os olhos de Nakano se encheram mais uma vez de lágrimas, mas agora tinha um misto de felicidade. Ele parou de se debater e foi solto pelos dois protetores, podendo abraçar o Nong de volta. Os dois choraram um nos braços do outro, sentido a perda de Samorn e do tempo que ficaram afastados sem se conhecer. As meninas ficaram espantadas com a reviravolta e Tsoi se largou delas com um olhar feroz sobre o garoto que chamava o seu cunhado de pai.

- Sério isso?- Tsoi questionou limpando o sangue da boca. - De longe se vê que esse garoto está armando isso para arrancar o dinheiro de vocês... primeiro Win e agora você?- Ele acusou, mas dessa vez não foi preciso Nakano se mexer, o próprio Win o acertou, deixando-o no chão novamente.