Capítulo 50- Há Males que Vêm para o Bem

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Público em: 16/04/2024

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- Ei molenga? Espero que já esteja terminando, se não, nós vamos nos atrasar!- Win implicou entrando no quarto de lado, como as mãos estavam ocupadas com a bandeja de café da manhã, ele usou o quadril para abrir a porta.- Apresse-se para o café não esfriar.- O loiro sugeriu colocando as coisas na mesa, foi quando ele notou o papel sobre a cama, então, resolveu dar uma espiada para saber qual humor o seu pequeno se encontraria.- Oh meu Deus!!! N'Team?- Surpreso com o conteúdo da carta, ele correu para verificar o menino no banheiro se chocando ao perceber que Team não estava lá.- N'Team?- Ele gritou desesperado indo em direção ao deque e, quando puxou a cortina viu a porta entreaberta, mas nenhum sinal do menino.

- Sr. Win?- A chamada veio junto com uma batida urgente na porta aberta do quarto, fazendo com que o jovem se virasse para ver um de seus seguranças com o rosto tenso.- Vimos o N'Team correndo em direção às pedras da encosta, Mork foi atrás dele e me pediu para vir lhe avisar.- Ele explicou aflito.

- Me mostre o caminho!- Win falou voltando rapidamente para o quarto.

Com o coração acelerado, Win correu seguindo seu segurança. Na porta, Sun que havia percebido a agitação na casa, os aguardava para acompanhá-los. Win só podia imaginar o quão confuso e arrasado seu pequeno estava com aquela descoberta inacreditável, já que ele próprio estava perdido sem saber o que pensar sobre a fatal coincidência. O loiro mantinha a esperança de que seu julgamento sobre seu padrinho estava certo, de que Nakano era um bom homem e teria uma boa explicação para ter abandonado a mãe de Team grávida sem nenhuma assistência. Enquanto corria ao lado dos dois homens, o jovem Noppanut só podia rezar para que tudo saísse bem e que seu namorado não o afastasse depois dessa nova apunhalada do destino. De longe eles avistaram Mork parado com o semblante preocupado e, mais adiante, podiam ver o Team sentado nas pedras com o rosto encoberto pelos braços.

- N'Team pediu para deixá-lo sozinho... mas eu mantive os olhos nele.- Mork se justificou para o patrão, quando os três homens se aproximaram.- Não sei o quê houve... apenas o vi correr chorando, então, não pude deixá-lo só.- Ele explicou apreensivo, pois o chefe da segurança, também, fazia parte das pessoas que foram cativadas pela criança.

- Obrigado por cuidar dele!- Win agradeceu de coração.- Tenho uma ideia do que ocorreu... - Ele explicou evasivo.- Vou cuidar disso!- Informou indo em direção ao pequeno.

Win caminhou lentamente para perto de Team e, os outros três se afastaram mais um pouco para dar mais privacidade aos jovens. E, mesmo sem saber o que desencadeou aquele desespero todo no menor, todos torciam para que tudo ficasse bem. Apenas Sun tinha uma vaga noção da provável causa, então, tratou de acalmar seu namorado e o outro segurança. Assim, que se aproximou de Team, o Win pode ouvir os soluços baixos vindo da criança, o que cortava mais o seu coração, ele pigarreou para informar sua presença, não queria assustar o Nong. O pequeno engoliu o choro da melhor maneira que pôde ao perceber que não estava mais sozinho. Em silêncio, o jovem Noppanut se sentou ao lado do Team e passou seu braço em volta do ombro dele para puxá-lo para seu peito, aconchegando o menor em seu abraço.

- Eu li a carta... não precisa segurar isso sozinho...- Win informou em um sussurro ao pé do ouvido de Team, aquilo foi o suficiente para liberar o choro novamente.- Tudo bem, tudo bem... nós iremos resolver isso, vou estar ao seu lado, para o que você decidir.- O sênior tentava acalmar o Nong e, por mais que quisesse que tudo acabasse bem e que continuassem uma feliz família, Win sabia que a decisão não cabia a ele... foi o Team que cresceu sem pai, que sofreu bullying por isso, quem perdeu a mãe muito cedo para uma doença devastadora.- O que você quer fazer agora que descobriu a verdade?- Win perguntou quando o choro de Team se acalmou, depois de alguns longos e angustiantes minutos.

- Eu... não sei, Hia... - Team balbuciou sem erguer a cabeça.- Me sinto tão confuso... tão traído e decepcionado...- Ele falou esfregando os olhos e o nariz para limpar antes de se afastar e encarar Win.- Durante muito tempo eu quis saber quem era meu pai, talvez apenas para fazer as outras crianças pararem de me perturbar... depois acabei me conformando de que mamãe levou a verdade para o túmulo, decidi odiar essa pessoa sem conhecê-la, afinal, ela nos abandonou... eu dizia a mim mesmo que não valia a pena me importar e preocupar a vovó, que esse homem deveria ser ruim, sem sentimentos e, agora veja...- O pequeno levantou as mãos para enxugar mais lágrimas que brotavam em seus olhos. - O tio é alguém que eu aprendi a respeitar, admirar e gostar, mas agora eu não sei o que sentir... e, ele é sua família... - Team desabafou desnorteado.

- Nong... não se sinta pressionado por mim, eu só quero o que te deixar confortável...- Win disse suavemente, acariciando o rosto do menor.- Mas eu realmente acho que meu padrinho não é um mal caráter... algo deve ter acontecido e, acredito que antes de tomar uma decisão você deve ao menos ouvi-lo...- O loiro argumentou com cuidado.

- Isso parece traição com a mamãe... - Team falou em dúvida.

- Ela pediu para não julgar sem saber os verdadeiros motivos... - Sutilmente, Win o lembrou das palavras descritas na carta.

- Estou com medo... -Team admitiu com olhos assustados.- Se ele decidiu realmente não fazer parte da minha vida?- Ele pensava em como seria renegado novamente.

- Quem poderia em sã consciência rejeitar uma criança como você?- Win gracejou tentando animar o garoto.- Mas vamos um passo de cada vez e, eu estarei sempre ao seu lado!- O loiro prometeu, beijando primeiro a testa de Team e depois os lábios.

- Obrigado, Hia!- Team agradeceu de coração aquecido.

- Agora, vamos voltar para você descansar um pouco!- Win propôs, se levantando e, ajudando o Team a fazer o mesmo.

Já de pé, Win abraçou o menor de forma protetora e caminhou ao seu lado, seguindo o caminho de volta para a Vila que ocupavam. Sem nenhuma pergunta, os três que aguardavam os dois jovens, seguiram logo atrás, aliviados por aparentemente a questão ter sido resolvida. Era uma procissão silenciosa que pesava em seus corações com a perda de um bom momento de lazer planejado para aquele dia, mas realmente não havia nenhum clima para aquilo. Então, quando chegaram perto da casa, Mork informou que ia ao pier dispensar o barco, mas antes que ele se afastasse muito, houve um barulho ensurdecedor vindo daquela direção. Os cinco olharam assustados vendo a fumaça subir e gritos alarmados chegarem até seus ouvidos. Mork gritou aos demais seguranças para ficarem atentos aos três hóspedes e seguiu com o segurança que já estava ao seu lado para verificar o que estava ocorrendo. Os dois homens ficaram pálidos quando viram que o problema vinha da embarcação que iriam usar.

- Provavelmente estaríamos em alto mar, se tivéssemos seguido a programação?!- O homem olhou atordoado para Mork, que já pegava o telefone para acionar os detetives do caso do trem.

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