Encostei as duas mãos na parede e abri a boca buscando o máximo de se que eu conseguia.
_ Puxa vida_ Reclamei sentindo meu joelho doer_ Só um minuto_ Pedi vendo meu treinador se aproximar pelo canto dos olhos.
_ Tá fraca_ Disse rindo e eu me virei pra ele ainda respirando com dificuldade.
_ Não posso parar?_Indaguei.
_ Não_ Ele se aproximou e eu vi quando ergueu o braço e fechou em punhos direcionando um soco contra minha barriga.
Mas eu segurei e o empurrei pra trás com força, avançando sobre ele. Lhe acertando um soco, dei a volta e segurei seus braços atrás do seu corpo, lhe dando um mata leão em seguida. Ele me deu dois tapinhas no braço e eu me afastei.
Eu treino luta desde os treze anos de idade, e não é por que vivo em meio a violência, da Famiglia. Meu pai sempre apoio que eu aprendesse a me defender, e tudo se tornou ainda mais intenso quando eu e minha mãe quase fomos sequestradas, foi naquele dia que decidi aprender a me defender. Não sou uma pessoa que vive no mundo da lua, sei dos perigos e dos deveres da família. Sei o meu dever aqui dentro e da importância dele. Meu pai é um dos membros, não somos o mais alto patamar, mas a família Ferrari é respeitada. Qualquer coisa que meu pai diga e levado em consideração.
Mesmo sendo um mundo pouco cruel com nós mulheres, eu nunca quis precisar de alguém para me defender, já fiz todo o tipo de luta e artes marciais, tenho um físico de dar inveja, é nem estou falando de beleza, é força mesmo. Eu treino todos os dias, faço musculação, luta e ballet.
_ Você está ficando cada vez melhor_ Abri um sorriso com o elogio.
Simon é meu treinador, sempre foi ele é ótimo, ele me ensinou de tudo, autodefesa, e ele sempre foi muito paciente.
Terminamos meu treino e eu saí do galpão caminhando de volta para a casa. Entrei na cozinha e abri a geladeira pegando um sanduíche que eu já deixava pronto, peguei a jarra de suco e coloquei um pouco num copo, me sentei numa banqueta e mordi o sanduíche de frango. Eu estava faminta e não tinha ninguém não cozinha, eu comi desesperada tudo que eu podia.
_ Filha?_Passei a mastigar devagar quando minha mãe entrou na cozinha e me encarou_ Eu e seu pai queremos falar com você_ Passei a mão pela boca e peguei o copo bebendo o suco de pressa_ Não vamos demorar.
_ Tá bom_ Levantei da banqueta e segui para fora da cozinha.
A nossa casa é lindíssima, meu avós moraram aqui, somos uma típica família italiana com gostos e tradições. Nossa casa não é de perto a maior ou mais luxuoso, mas é linda e tem seu charme. Meu pai Vincenzo estava sentando no sofá com um copo de whisky nas mãos.
Me sentei no sofá e minha mãe, Giorgia se sentou do meu lado e abriu um sorriso pequeno.
_ O que querem falar comigo?_Indaguei.
O silêncio se fez presente na sala por longos minutos, eu me senti agoniada, boa coisa não era.
_ Filha..._ Meu pai disse_ Na última reunião da família o Matheo Messina, o consigliere resolveu que iria se casar...
Meu sangue gelou e os pelinhos do corpo se arrepiaram.
_ Ele não confirmou que seria você_ Minha mãe disse tocando meu cabelo_ Mas seria ótimo se você se casasse com ele_ Lhe encarei.
Todas as meninas, inclusive eu, sabemos o nosso destino na família, nos sabemos que o casamento irá acontecer e que será arranjado, o dos meus pais foi. Mas eles se apaixonaram. Eu sei que terei o mesmo destino, me casar e ter filhos com alguém da máfia.
_ O seu nome foi citado, já que você é uma das mãos velhas, tem vinte e dois anos_ Ele voltou a dizer e eu engoli seco_ Eu não falei de você Mi amore, jamais falaria, mas você já está na idade de casar e foi um dos nomes citados na reunião...
_ O que isso quer dizer? Por que ele deve ter outras opções né?
_ Ele tem, mas possivelmente será escolhida_ Pisquei os olhos e uma lágrima desceu pelo meu rosto.
Eu não conhecia ele, não sabia como era e para ser honesta sentia medo. Minha mãe teve sorte em se casar com um homem bom, que sempre a respeitou, mas eu não sei se seria assim comigo.
_ É se ele for ruim?
_ Filha, isso é normal, todas as meninas se casam um dia e você não vai ser diferente_ Minha mãe falou e eu pisquei um par de vezes_Se você for uma esposa boa, ele será um bom marido.
_ E quando ele decide?
_ Na próxima reunião ele deve dizer, ele estava na confraternização na Calábria_ Disse_ Não sei se você viu ele...
Franzi a testa tentando buscar pelo nome, mas não veio ninguém a minha cabeça.
(...)Me deitei na cama puxando o lençol para me cobrir. Estou triste e chateada, estava tudo indo bem, e eu estava confortável levando a minha vida. Pensar que talvez tudo mude, que eu mude de casa, com um homem. Arregalei os olhos e puxei o lençol até o pescoço pensando que a gente já ter que ter intimidade.
Eu nunca namorei, nunca beijei na boca, sempre quis e sonhei que seria com alguém que eu escolhesse. Eu não lembro desse tal de Matheo, estou chateada!
Não sou nenhuma desenformada, sei o que acontece entre um casal quando se casam...eu sei o básico, não em detalhes, mas sempre pensei que eu escolheria e seria um momento especial para mim. E se ele for uma maluco? Que pensa que eu sou apenas um meio para produzir seus futuros herdeiros?
Virei de lado na cama e fiquei quietinha pensativa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"
RomanceTalvez eu não merecesse ter ela. Ela era boa demais. Doce demais. Linda demais. Ela era pura. Inocente. Quase um anjo. Eu não tinha um pingo de humanidade. Não era bom. Nem doce. A parte do lindo, talvez. Não era um homem puro. Muito men...