1° capítulo

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Encostei as duas mãos na parede e abri a boca buscando o máximo de se que eu conseguia

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Encostei as duas mãos na parede e abri a boca buscando o máximo de se que eu conseguia.

_ Puxa vida_ Reclamei sentindo meu joelho doer_ Só um minuto_ Pedi vendo meu treinador se aproximar pelo canto dos olhos.

_ Tá fraca_ Disse rindo e eu me virei pra ele ainda respirando com dificuldade.

_ Não posso parar?_Indaguei.

_ Não_ Ele se aproximou e eu vi quando ergueu o braço e fechou em punhos direcionando um soco contra minha barriga.

Mas eu segurei e o empurrei pra trás com força, avançando sobre ele. Lhe acertando um soco, dei a volta e segurei seus braços atrás do seu corpo, lhe dando um mata leão em seguida. Ele me deu dois tapinhas no braço e eu me afastei.

Eu treino luta desde os treze anos de idade, e não é por que vivo em meio a violência, da Famiglia. Meu pai sempre apoio que eu aprendesse a me defender, e tudo se tornou ainda mais intenso quando eu e minha mãe quase fomos sequestradas, foi naquele dia que decidi aprender a me defender. Não sou uma pessoa que vive no mundo da lua, sei dos perigos e dos deveres da família. Sei o meu dever aqui dentro e da importância dele. Meu pai é um dos membros, não somos o mais alto patamar, mas a família Ferrari é respeitada. Qualquer coisa que meu pai diga e levado em consideração.

Mesmo sendo um mundo pouco cruel com nós mulheres, eu nunca quis precisar de alguém para me defender, já fiz todo o tipo de luta e artes marciais, tenho um físico de dar inveja, é nem estou falando de beleza, é força mesmo. Eu treino todos os dias, faço musculação, luta e ballet.

_ Você está ficando cada vez melhor_ Abri um sorriso com o elogio.

Simon é meu treinador, sempre foi ele é ótimo, ele me ensinou de tudo, autodefesa, e ele sempre foi muito paciente.

Terminamos meu treino e eu saí do galpão caminhando de volta para a casa. Entrei na cozinha e abri a geladeira pegando um sanduíche que eu já deixava pronto, peguei a jarra de suco e coloquei um pouco num copo, me sentei numa banqueta e mordi o sanduíche de frango. Eu estava faminta e não tinha ninguém não cozinha, eu comi desesperada tudo que eu podia.

_ Filha?_Passei a mastigar devagar quando minha mãe entrou na cozinha e me encarou_ Eu e seu pai queremos falar com você_ Passei a mão pela boca e peguei o copo bebendo o suco de pressa_ Não vamos demorar.

_ Tá bom_ Levantei da banqueta e segui para fora da cozinha.

A nossa casa é lindíssima, meu avós moraram aqui, somos uma típica família italiana com gostos e tradições. Nossa casa não é de perto a maior ou mais luxuoso, mas é linda e tem seu charme. Meu pai Vincenzo estava sentando no sofá com um copo de whisky nas mãos.

Me sentei no sofá e minha mãe, Giorgia se sentou do meu lado e abriu um sorriso pequeno.

_ O que querem falar comigo?_Indaguei.

O silêncio se fez presente na sala por longos minutos, eu me senti agoniada, boa coisa não era.

_ Filha..._ Meu pai disse_ Na última reunião da família o Matheo Messina, o consigliere resolveu que iria se casar...

Meu sangue gelou e os pelinhos do corpo se arrepiaram.

_ Ele não confirmou que seria você_ Minha mãe disse tocando meu cabelo_ Mas seria ótimo se você se casasse com ele_ Lhe encarei.

Todas as meninas, inclusive eu, sabemos o nosso destino na família, nos sabemos que o casamento irá acontecer e que será arranjado, o dos meus pais foi. Mas eles se apaixonaram. Eu sei que terei o mesmo destino, me casar e ter filhos com alguém da máfia.

_ O seu nome foi citado, já que você é uma das mãos velhas, tem vinte e dois anos_ Ele voltou a dizer e eu engoli seco_ Eu não falei de você Mi amore, jamais falaria, mas você já está na idade de casar e foi um dos nomes citados na reunião...

_ O que isso quer dizer? Por que ele deve ter outras opções né?

_ Ele tem, mas possivelmente será escolhida_ Pisquei os olhos e uma lágrima desceu pelo meu rosto.

Eu não conhecia ele, não sabia como era e para ser honesta sentia medo. Minha mãe teve sorte em se casar com um homem bom, que sempre a respeitou, mas eu não sei se seria assim comigo.

_ É se ele for ruim?

_ Filha, isso é normal, todas as meninas se casam um dia e você não vai ser diferente_ Minha mãe falou e eu pisquei um par de vezes_Se você for uma esposa boa, ele será um bom marido.

_ E quando ele decide?

_ Na próxima reunião ele deve dizer, ele estava na confraternização na Calábria_ Disse_ Não sei se você viu ele...

Franzi a testa tentando buscar pelo nome, mas não veio ninguém a minha cabeça.
(...)

Me deitei na cama puxando o lençol para me cobrir. Estou triste e chateada, estava tudo indo bem, e eu estava confortável levando a minha vida. Pensar que talvez tudo mude, que eu mude de casa, com um homem. Arregalei os olhos e puxei o lençol até o pescoço pensando que a gente já ter que ter intimidade.

Eu nunca namorei, nunca beijei na boca, sempre quis e sonhei que seria com alguém que eu escolhesse. Eu não lembro desse tal de Matheo, estou chateada!

Não sou nenhuma desenformada, sei o que acontece entre um casal quando se casam...eu sei o básico, não em detalhes, mas sempre pensei que eu escolheria e seria um momento especial para mim. E se ele for uma maluco? Que pensa que eu sou apenas um meio para produzir seus futuros herdeiros?

Virei de lado na cama e fiquei quietinha pensativa.

Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"Onde histórias criam vida. Descubra agora