Talvez eu não merecesse ter ela.
Ela era boa demais.
Doce demais.
Linda demais.
Ela era pura.
Inocente.
Quase um anjo.
Eu não tinha um pingo de humanidade.
Não era bom.
Nem doce.
A parte do lindo, talvez.
Não era um homem puro.
Muito men...
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Eu ainda podia sentir a textura daquela mãozinha no meu rosto, não senti dor, na verdade senti tesão pela audácia de Vittoria. Ela vinha se mostrando tão retraída, nunca imaginei que seria capaz de me dar um tapa no rosto. Sem contar a parte do beijo, que beijo gostoso do caralho. Eu agi no impulso, sei que não deveria ter feito, pois ela pode levar para um lado diferente. Mas puta merda, que boca!
Me joguei na cama pensativo, o nosso casamento talvez não seja tão chato quanto pensei que seria, ela é linda, e tem aquela boca gostosa, o corpo lindo. Não vai ser nenhum sacrifício.
Ontem no jantar da família, nos oficializamos tudo, nosso casamento vai ser em um mês. Falta pouco pra mim, já me conformei com isso. Pensar que em um mês a minha vida mudaria, me deixava ansioso. Afinal, eu sempre morei sozinho, nunca tive uma mulher andando pela minha casa, não por mais de algumas horas, mexendo em minhas coisas e tendo que dividir uma vida. Eu saiu sem dar satisfação pra ninguém, as vezes faço festas aqui em casa, e agora terei ela. Que pelo visto é chata com essas coisas, eu não poderia fazer festinhas em casa. Como vou sobreviver a isso?
Vamos precisar fazer acordos!
Mas não será de todo ruim, eu teria que casar, escolhi uma mulher inteligente, da Famiglia, que conhece nossos costumes, não pode ser a coisa mais difícil da minha vida.
Além disso, eu vou dar um fim no meu envolvimento com a Nadja, posso amar ficar com ela, mas o meu juramento com a Famiglia é muito maior do que ela já foi em minha vida.
Tirei o celular do bolso e abri minhas mensagens com a morena.
Matheo: Está em casa?
Ela não demorou a responder:
Nadja: Sim! Quer vir me ver?
Ponderei por algum tempo, estava tentando provar pra mim, que eu não ia transar mais com ela. Eu ia lá, e ia terminar tudo, dar um fim nisso.
Matheo: Eu já estou indo!
Tirei da conversa com ela e levantei da cama, fui até o closet. Está aí, mais uma coisa que terei que dividir, meu closet. Não tenho tantas coisas, mas elas ficam bem organizadas, vou precisar mudar tudo. Coloquei uma camisa cinza e peguei e voltei para o quarto. Peguei meu celular encima da cama, ouvindo ele apitar. Abri o link que meu informante me enviou.
Precisei me sentar na cama e respirar fundo, para não explodir.
Não era verdade...não podia ser.
Ri sozinho, ri de nervoso. Puto, muito puto!
Eram duas imagens, a primeira era de um homem vendendo aquela porcaria de cocaína em nossas boates aqui na Sicília...
