Talvez eu não merecesse ter ela.
Ela era boa demais.
Doce demais.
Linda demais.
Ela era pura.
Inocente.
Quase um anjo.
Eu não tinha um pingo de humanidade.
Não era bom.
Nem doce.
A parte do lindo, talvez.
Não era um homem puro.
Muito men...
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Eu estava tão nervosa, e nem tinha um motivo específico. Hoje tenho um evento super importante para ir com meu marido, é um dos mais importantes, e meu primeiro como uma mulher casada. É um jantar beneficente, sim, nós também fazemos coisas boas. O valor arrecado e destinado para instituições e ONGs. Mas não é tudo flores, será a primeira vez em que a Cosa Nostra e a N’drangheta ficaram juntas depois da aliança, que fizeram quando a Esmeralda descobriu ser herdeira, até aí está tudo ótimo, mas não é todo mundo que concorda com essa aliança e não sabemos o que esperar do leilão.
Eu já estava arrumada, mas minhas mãos suavam tanto de nervoso, era quase uma regra. Não importa se há aliança ou não, sempre estar armado e hoje eu escolhi lavar minha faca, que meu marido me presenteou, era pequena e tinha uma capa protetora, eu coloquei presa na minha meia calça que usava embaixo do vestido longo, azul escuro. Era em tecido de seda, ia até os pés e não tinha decotes, era algo mais modesto. Meus cabelos estavam presos de forma despojada, mas elegante e eu usava uma maquiagem simples.
Me aproximei do espelho mais uma vez me analisando, estava bonita, mas muito nervosa, isso era tão ruim. Pelo reflexo do espelho vi quando Matheo saiu do closet abotoando a camisa e parou ao me olhar, descendo os olhos por mim inteira e depois voltou a me olhar nos olhos.
— Você está magnífica—Matheo se aproximou parando atrás de mim—Esta linda.
— Estou nervosa também—Sorri sem mostrar os dentes.
—Vai dar tudo certo—Sua mão desceu até a minha perna e ele a tocou de leve— Você fará um estrago com isso aqui de acontecer alguma coisa—Meu sorriso de abriu e eu mordi o lábio.
— Você acha que tem algum risco?—Indaguei— Tipo, porque não é todo mundo que concorda com o acordo, acha que terá algum conflito?
— Não dá pra confirmar nada, mas de alguma coisa acontecer, você tem seu maridão pra te proteger.
— Ou eu proteger você—Me virei pra ele que cerrou os olhos.
— Quero te comer—Arregalei os olhos e me afastei dele dando alguns passos pra longe.
— Não, o meu cabelo tá impecável, Matheo— Avisei erguendo o dedo— Não quero amarrotar o vestido também— Ele ameaçou dar um passo—Sai…
Meu marido umedeceu os lábios e coçou a barba antes de se dar por vencido e pegar minha bolsa encima da cama. Sabia que ele estava querendo me acalmar, o evento de hoje não seria nem de perto, tranquilo. Não tinha como ser, eram duas mafias juntas, uma aliança que não foi por internamente por “vontade própria”, a aliança foi criada quando descobriram que Esmeralda, esposa do Don da Cosa Nostra, era filha do Don da N’drangheta. Já existia essa possibilidade, mas não chegou a acordado, essa situação causou uma pressão que levou as duas a se juntarem. Matheo estava tentando me acalmar, quando nos saímos de casa eu percebi o quão tenso seria, haviam cinco carros, um que nos levaria e os outros quatro era escolta. Meu marido abriu a porta d extras do carro me dando passagem pra entrar, e depois ele entrou fechando a porta.
