_O que aconteceu?_Perguntei vendo Rael olhando alguns papéis.
_ Chegou hoje pra mim, um dos nossos homens disse que estavam vendendo numa boate_ Ele jogou um pacotinho pra mim e eu peguei, o pó branco esquisito me mostrava ser o da menor qualidade. Isso não era a nossa mercadoria.
Vendíamos a cocaína mais pura, isso aqui era qualquer merda.
_ Isso não é nosso_Joguei o pacote contra a mesa e ele concordou, se encostando na cadeira_ Já descobriu quem está vendendo essa merda?
_ Ainda não_ Ele disse pensativo_ Mas não vai demorar até que a gente pegue.
Ele pegou o celular que tocou, ele mexeu e um sorriso pequeno brotou em seu rosto. Não precisava de muito para saber que era algo ou da Esmeralda ou do Enzo.
_ Eu já vou embora_ Disse e eu concordei levantando da cadeira, a empurrei pra frente e olhei mais uma vez o pacote de cocaína.
_ Eu vou averiguar pra você_ Ele olhou o pacote e depois concordou enfiando o celular no bolso.
Saímos da sala de reuniões e eu fui até a minha moto, e Rael pegou o carro dele. Nós morávamos perto um do outro, menos de dez minutos. Mas eu não iria para casa. Sai pelas ruas da Sicília, adorava andar de moto por esse lugar, era lindo o visual e tudo mais. Estacionei minha mato e arrumei minha jaqueta entrando na lanchonete. Me sentei numa das banquetas e olhei as bebidas disponíveis.
_ Eu quero um Moscow Mule_ O garçom assentiu e foi preparar meu drink.
Olhei em volta e peguei o meu celular, uma pessoa conseguiria pra mim, descobrir quem estava vendendo cocaína em nosso território, uma cocaína que não era a nossa. Além de um desrespeito, era também um jeito de foder com o nosso negócio, pois ninguém iria perceber a diferença, iam achar que era a Cosa Nostra vendendo cocaína da pior qualidade. Eu tinha um colega, que frequentava essas festinhas e ele ia descobrir pra mim quem estava fazendo isso.
Agradeci quando Barman se retirou e dei um gole na bebida, era bom demais. Ergui os olhos vendo um canal impossível de ouvir, que passava uma luta, de mulheres de biquíni. Olhei em volta pensativo. São tantos anos me dedicando a Famiglia, isso se entornou muito importante pra mim.
Não posso reclamar dos meus pais, a minha mãe era louca por mim, fui o único filho dela, já que depois teve problemas no útero e não pode mais engravidar, ela era amorosa e sempre cuidou de mim, Helena era seu nome, ela era filha de um caporegime importante naquela época. Quando eu fiquei mais velho, obviamente as coisas mudaram e precisei começar meus treinos para me tornar um futuro consigliere. Mesmo assim, ela nunca deixou de ser carinhosa, às vezes chegava em casa todo machucado e ela cuidava de cada ferimento.
Meu pai já era o seu oposto, era um homem frio e calculista, como Consigliere ele era impecável, tinha seu legado. Lionel Messina, não demonstrava amor ou qualquer sentimento, mas também não era o pior que eu já tinha visto. Sempre fui mais apegado a minha mãe do que com ele. Quando eles morreram eu já tinha onze anos, na época eu já tinha noção do que era ser membro da máfia. Portanto, achei que fosse um atentado, mas depois de muita investigação, descobrimos que meu pai só era ruim de roda mesmo. Meus pais brigavam bastante, e naquele dia os dois estavam discutindo e meu pai bateu o carro contra um poste de luz.
Foi terrível, eu tinha só onze anos e tinha perdido meus pais. Quem me criou foi as babás e com vinte anos eu me tornei consigliere, ainda do senhor Matteo Caccini, dois anos depois o Rael assumiu. E pra ser honesto prefiro mil vezes o filho ao pai.
Tirei uma nota de cinquenta e joguei em cima do balcão, terminei de beber meu drink e sai do bar.
(...)Entrei na loja observando as motos lindas, algumas customizadas. Me joguei no sofá e olhei para Nadja que estava atendendo um cliente. Ela demorou quase meia hora para atender ele e o levou até a porta.
_ Nos vimos não tem dois dias_ Falou vindo até mim abraçando meu pescoço.
Os lábios estavam com um batom vermelho forte e uma delineada realçava os olhos.
_ Queria te ver_ A beijei e ela cerrou os olhos.
_ Você já escolheu sua noiva?_Ela me observou com atenção.
_ Devo oficializar ainda essa semana_ Abracei sua cintura e levei meu rosto até seu pescoço sentindo o cheiro gostoso que ela tinha.
_ Eu gostaria de ir no seu casamento_ A encarei surpreso_ Pra ver a sua noiva_Riu jogando a cabeça pra trás_ Depois do casamento você vai vir ficar comigo?
Aquela pergunta me fez pensar. Eu não deveria continuar o que temos aqui, depois de casar. Mas sendo honesto, não sei se consigo me afastar assim da Nadja.
_ Depois de um tempo você podia até chamar ela_ Riu_ Pra ficar com a gente.
_ Sem chances_ Falei subindo as mãos pela sua barriga_ Ela não é assim.
_ Ela é recatada_ Falou saindo do meu colo indo para trás do balcão da loja_ Você sabe, sempre que precisar de uma mulher de verdade é só vir atrás de mim…sei lá, caso canse de fazer papai e mamãe com ela. É só vir até mim.
Foi impossível não rir e querer fode-la.
_ Pode até trazer um amigo, ou dois…sabe que eu gosto_ Sorriu grandemente.
Conheci Nadja a mais ou menos quatro anos, numa festa, nos transamos naquela noite e desde então temos isso aqui, que não sei nomear. Nunca existiu exclusividade, eu fico com quem eu quero, e ela também, não tenho ciúmes e ela também não. Sempre foi assim. Mas agora eu preciso pensar, vou me casar em breve e devo seguir as coisas certas, se eu me casar não vou ficar com a Nadja.
...👀...
Quero a sincera opinião sobre a Nadja?
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Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"
RomanceTalvez eu não merecesse ter ela. Ela era boa demais. Doce demais. Linda demais. Ela era pura. Inocente. Quase um anjo. Eu não tinha um pingo de humanidade. Não era bom. Nem doce. A parte do lindo, talvez. Não era um homem puro. Muito men...