22° capítulo

3.6K 241 26
                                    

Precisei me segurar no corrimão da escada e parei por alguns segundos, fiz careta e virei a cabeça pro lado quando Matheo passou por mim sorridente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Precisei me segurar no corrimão da escada e parei por alguns segundos, fiz careta e virei a cabeça pro lado quando Matheo passou por mim sorridente. Não era com ele!

— Você não presta— Respirei fundo voltando a descer e consegui chegar no fim da escada.

— Tá com algum problema, amorzinho?—Passei os olhos pela mesa repleta de comida e me sentei numa cadeira.

A minha boca encheu de água quando vi o bolo de chocolate com calda. E não era só, tinha uns pãezinhos que eu amava quando era mais nova, mas minha mãe não comprava porque ela dizia que eu comeria tudo e que ficaria gorda. Estiquei o branco pegando logo dois e coloquei em meu prato, o meu café já estava na xícara e não adocei, gostava do meu café assim. Peguei uma três pães daquele, que eram tipo um bolinho, com recheio de doce de leite, peguei um dando uma mordida, o gosto me levou até minha infância. Papai comprava escondido pra mim e levava de noite pra eu comer no quarto. Dei um gole no café e peguei a faca tirando um pedaço do bolo de chocolate.

Eu estou faminta!

— Você vai comer?—Perguntei apontando para os pães, Matheo olhou e depois negou.

— Não gosto muito— Sorri pegando os outros e voltei a comer.

O motivo da minha fome era o Matheo, nunca pensei que ele ia querer fazer sexo assim, eu estava com bafo, e no banho, ele ficou cheio de saliência também, mas não passou disso. Sentia o meio das minhas pernas ardendo e sentada agora, ficava pior, parecia que meu marido ainda estava aqui. Hoje ele não teve dó de mim e não foi calmo como geralmente é.

— Depois preciso te dar uma coisa, e você me promete que sempre vai andar com ela— Eu franzi a testa e lhe encarei— Estamos montando uma equipe de segurança mais reforçada.

— Na casa do Rael também?

— Sim— Respondeu e senti um frio na barriga, as coisas devem estar intensas mesmo, a casa do Don era um forte de tantos homens e agora teria mais— A gente está reforçando tudo.

— Você vai sair hoje?

— Vou, só terminar o café da manhã e já vou.

— Me deixa na casa da Esmeralda, não quero ficar aqui sozinha— Falei.

Eu estava com medo.

— Claro— Disse e me deu um sorriso reconfortante.

Terminei meu café da manhã e depois subi pro quarto só pra escovar os dentes, já tomei banho, então me troquei colocando uma calça jeans clara e uma blusa branca com tênis. Eu estava terminando de me arrumar quando Matheo entrou no closet.

— Quero que ande com essa aqui sempre— Desci os olhos até sua mão vendo a pistola pequena, daria pra guardar na bolsa.

Peguei a pistola e observei, era simples, eu sabia mexer nela. Estava travada, a destravei e apontei pra ele fechando um dos olhos antes de mirar no peito. Meu marido cruzou os brancos e eu sorri.

— Teria coragem de atirar em mim?—Indagou e voltei a travar a arma.

— Não sei, só saberia no dia que ia atirar— Falei dando um sorriso.

— É pra andar sempre com ela, não exite em usar— Coloquei a pistola na minha bolsa e a coloquei no ombro.
(...)

— Você vai correr, vai cair— Enzo parou no meio do quintal ouvindo a mãe falar e depois se virou para nós abrindo um sorriso fofinho demais— Não ri pra mim não, não caiu mais na sua gracinha.

Passei os olhos envolta vendo os três dobermans que passavam a maior parte do tempo envolta dele. Deviam ser treinandos pra protege-lo, eu gostaria de ter um cachorro. Mas acho que não teria um dobermans, tenho medo. Sei lá, talvez um Pincher…

— Mamãe…— Ele correu e eu fiz uma careta vendo ele tropeçar e cair no chão, mas não chorar.

Ele levantou e bateu as mãos uma na outra antes de voltar a correr e agarrar as pernas da mãe que lhe pegou o colo e olhou em volta. Ela claramente estava preocupada, dava pra ver no semblante, não era de menos, a casa que antes não tinha seguranças do lado de dentro, agora estava lotada de homens armados até os dentes. Eu imagina como devia ser difícil pra ela, já que o Enzo era bem pequeno e provavelmente gostava de ficar do lado de fora, não é saudável ele ficar vendo armas aos dois anos de idade.

— Vamos entrar e comer biscoitinho?—Indagou com carinho e ele riu.

— Peto…— Ele enfiou a mão dentro da blusa da mãe dele.

— Não, não tem mais nada aí, você sabe disso— Nos viramos voltando para dentro.

— Sua casa também está cheia de seguranças?—Balancei a cabeça concordando e me sentei no sofá.

— Preferi vir pra cá, pois estou com medo de ficar em casa sozinha— Falei— Mas sim, lá também aumentou a segurança.

Esmeralda suspirou e colocou o filho no chão, deixando que ele voltasse a brincar com uns carrinhos. Ela olhou preocupada pra ele e sorriu de forma que não chegava aos olhos. Eu não conseguia nem imaginar o medo que ela devia sentir, afinal, era um bebê de dois aninhos apenas, que necessitava de muito cuidado. Acho que não era nem por ela, era só por ele.

— As coisas vão se resolver tenho certeza— Falei atraindo sua atenção.

— É que já me sequestraram uma vez— Disse— E já envadiram a casa duas vezes, tenho medo que consigam pegar ele.

— Não vai acontecer— Ela respirou fundo e concordou.

Eu olhei pra ele e sorri, eu daria a minha vida por esse garotinho, sem pestanejar, pensei. Ele era um neném e quem pensasse em lhe fazer mal deveria morrer, morrer da pior forma possível.

Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"Onde histórias criam vida. Descubra agora