Revirei os olhos vendo as garotas brigando bem na minha frente. Pareciam crianças, desde sempre eu me apeguei nelas, as enchergava como minhas filhas, foi assim com a Esmeralda. E depois da minha conversa com o Matheo, eu pensei que ele me expulsaria da casa dele e que não fosse ser educado. Mas parece que ele é oposto do que o pai dele foi. Só espero que ele me dê a chance de estar por perto, não me importo que ele não me veja como sua mãe, mas só quero estar perto dele de alguma forma, agora que sei quem é.
— Ei— Sai de trás do balcão e me aproximei delas— Elo, você já arrumou as bebidas?—Ela negou— Então vai, e você Pérola, volta ao trabalho.
— Você nem perguntou o motivo, ela pegou meu vestido— Pérola gritou quase indo pra cima de Eloísa.
— Chega as duas— Falei firme— Cada uma pro seu canto.
Olhei entre elas e ambas se encaram e depois cada uma foi para um lado. Suspirei e encarei as outras meninas, cada uma caçou um canto e saíram dali. Eu sou dona disso aqui anos, primeiro eu trabalhei em tantos lugares diferentes, até que cai aqui, era muito diferente do que é hoje em dia. Antigamente as pessoas vinham apenas atrás de uma mulher e pronto, era um local bem degradado, não tinha beleza e nem qualidade, o máximo que vendiam era tequila misturada com água. Eu juntei dinheiro e comprei da dona na época por um preço muito bom e fui construindo aos poucos, mudei o visual, tornei o lugar um estilo mais vintage, temos bebidas de qualidade e atendimento de qualidade, os homens pagam uma fortuna aqui, e vejo como mudou. Antes eles vinham unicamente atrás de sexo, hoje já vejo eles vindo com amigos, para fazer negócios, outros apenas pra curtir, e ainda tem as meninas, prezo demais pela segurança delas e bem estar. Fico com uma parte do que elas ganham, e elas tem comissão, a cada vez que vendem uma bebida, que sobem com alguém, ou simplesmente se sentam pra conversar. Hoje em dia levo uma vida tranquila, eu moro aqui. Passo a maior parte do meu tempo na boate, mas eu tenho uma casinha fora da cidade, ainda estou montando ela, um dia quero me mudar e deixar isso nas mãos de outra pessoa, mas isso só quando eu for bem velhinha.
Voltei para o bar e comecei a arrumar as taças e copos, organizei algumas garrafas de whisky em seus devidos lugares. Estava concentrado que só me dei conta que alguém entrou quando a pessoa limpou a garganta atrás de mim. Me virei e pisquei um par de vezes engolindo seco, era muito pra mim.
Vicenzo estava do outro lado do balcão, os cabelos arrumados de forma impecável, eu nunca me liguei muito em homens grisalhos, Vicenzo me fez mudar de ideia bruscamente. Usava camisa preta com a manga dobrada nos punhos e calça jeans, além disso ele tinha um sorriso de canto e segurava uma rosa vermelha. Ele sabia que encantava e que não precisava de muito.
— Oi— Falei me aproximando do balcão.
— Olá querida— Disse repousando os braços na bancada— Pra você— Eu desci os olhos até a rosa perfeita e prendi a respiração por alguns segundos.
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Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"
RomanceTalvez eu não merecesse ter ela. Ela era boa demais. Doce demais. Linda demais. Ela era pura. Inocente. Quase um anjo. Eu não tinha um pingo de humanidade. Não era bom. Nem doce. A parte do lindo, talvez. Não era um homem puro. Muito men...