Sete Anos Depois
Me surpreendia muito com Esmeralda, eu sempre achei que ela não entendia sobre a Famiglia, e realmente, ela não sabia algumas coisas. Mas com os anos, vinha se mostrando uma líder, ainda não assumiu, e nem sei se pretende, a N’drangheta, mas me sentia esquisita em ver o Enzo, de somente nove anos, com uma arma na mão. Obviamente, era uma coisa muito difeydo que Rael e Matheo passaram, acho que mais descontraído e evitando o máximo de traumas possível no garoto, que parecia um mini adolescente. Acho que ele era muito parecido com a mãe, era brincalhão e arteiro, mas vinha se mostrando ótimo nos treinos.
Eu e ela estávamos de longe observando ele com uma pistola da mão, enquanto meu marido e Rael estavam ao seu lado dando instruções. O garoto mirou no algo e apertou o gatilho, o primeiro tiro não acertou o alvo, mas o segundo foi certeiro. E ele estava tão bonito, Enzo era uma mistura da mãe e do pai, se parecia muito com Rael, mas tinha traços da mãe também. Eu sorri e dei um tchau quando ele se virou pra gente com um sorriso enorme no rosto, no mundo real, isso seria terrível, de tão ruim, mas pra nós, era tão normal.
— Meu filho está cada dia ficando melhor nessa coisa— Esmeralda disse orgulhosa.
— Tá mesmo— Eu me sentei no sofá cinza.
Ela estava linda, os anos a fizeram muito bem, trouxeram maturidade e tranquilidade.
Nós duas paramos de falar e eu sorri quando Matheo atravessou a sala de tiro e veio me dar um selinho antes de sentar do meu lado e pegar minha mão.
— Seu filho está impecável, Esmeralda— Ele falou.
— Não tinha como não ser, é meu filho— Ela disse e eu ri antes de voltar a olhar para o meu marido.
Ele mudou o corte do cabelo, demorou a me acostumar, mas ficou gato. Eram quase oito anos de casados, e tudo minha sendo incrível, talvez pareça impossível, ainda mais sendo um casamento, mas era sim! Óbvio, a gente discutia, não tinha nem como dizer que não, mas prometemos que nunca íamos dormir sem nos resolver, e são anos assim. Ando vivendo os melhores anos da minha vida, já fomos para tantos lugares…Brasil, Chile, Alasca, Groenlândia e muitos outros, e foram perfeitos.
Mesmo que o mundo diga que um casamento pode sim, ser somente a dois, eu não conseguia, eu desejava tanto que se tornasse três, e no final do ano passado, eu decidi que finalmente iria me livrar de métodos contraceptivos, e fiz isso. Eu e ele fizemos exames, eu estava ótima e saudável e fértil, Matheo tinha uma pequena alteração, o corpo dele produzia bem menos espermatozóides que o normal, mas o médico nos garantiu que éramos jovens e eu engravidaria rapidamente. E já se foram seis meses de tentativas frustradas. Seis meses em que vejo apenas testes dando negativo, e isso tem me afetado bastante, mesmo que eu não queira. Só quem é tentante, sabe a sensação do tests escrito negativo, por seis vezes. E eu sei que meu marido se sente, culpado, mas não é. Não é culpa de nenhum de nois dois.
Nós desejamos tanto, planejamos quando viria, mas agora já não depende mais da gente. A nossa casa se tornou um pouco grande demais com os anos, e sentimos que era a hora de termos um bebê. Mas ainda não fomos agraciadas com essa benção, e agora, eu só queria ir pra casa, e pegar mais um teste pra fazer, era meu sétimo mês tentando, e minha menstruação está atrasada cinco dias, estou esperançosa.
— Tia— Enzo veio até mim me dando um beijo na bocheca e depois foi até a mãe dando um beijo nela também antes de pegar seu celular e abrir um sorriso virando o aparelho na vertical, iniciando seus jogos.
Deitei a cabeça no ombro do meu marido e olhei para Esmeralda, ela sabe da minha situação e durante várias vezes, ela quem me acalmava quando recebia mais negativos, talvez seja a coisa mais frustrante que eu já passei na vida.
— Nos vamos comer num restaurante, vocês vão junto?—Indagou.
— A gente pode comer pizza?—Enzo perguntou.
— Não— Eu fechei a boca numa linha reta, com a resposta da mãe dele— Você comeu pizza ontem garoto, hoje é comida.
— Ah— Ele reclamou.
—Ah, o cacete—Eu olhei pro meu marido que coçou a barba.
— Nos vamos comer em casa mesmo— Matheo disse e eu concordei com ele— Esmeralda sorriu pequeno.
— Tá bom!— Nos levantamos e eu me aproximei dela lhe dando um abraço.
— Boa sorte— Disse.
Me despedi de Enzo e só esperei Matheo ir se despedir do Matheo antes de sairmos da casa deles. Todo o percurso até nossa casa eu passei em silêncio e pensativa, pedindo a Deus que eu estivesse grávida. Eu desejava tanto isso. Quando nós chegamos, saímos do carro e eu subi direto para o quarto, enquanto Matheo foi para a cozinha. Eu fiz algumas mudanças na nossa casa a alguns meses, acredita que ficaria grávida rápido, entoa já tinha até escolhido o quarto do bebê, fiz mudanças na decoração da casa, deixando tudo mais amplo. Fui até o closet e peguei dois testes antes de ir pro banheiro, pnmeu xixi veio rapidinho, e eu fiz num copinho, me limpei e coloquei os dois testes em contato com o xixi, antes de fecha-los com tampa, joguei o copo no chão, e encostei na parede olhando meu reflexo no espelho, recentemente, eu cortei um pouco meus cabelos, eu acho que estou na minha melhor fase, me sinto bonita e confiante. Olhei para os testes encima da pia e me virei em direção a porta quando Matheo entrou e me deu um beijinho ficando do meu lado.
Me aproximei dos testes e olhei o tracinho vermelho forte, em ambos os testes. Me olhos novamente no reflexo e uma lágrima desceu pelo meu rosto, eu nunca chorei com nenhum resultado que recebi.
— Deu o que?—Indagou se aproximando.
— Só tem um tracinho— Levei a mão até minha barriga— Acho que minha menstruação acabou de descer— Olhei para ele pelo espelho, ele concordou sem dizer nenhuma palavra e eu sorri pequeno pedindo em silêncio que saísse do banheiro.
E ele saiu, voltei para o vaso, e soltei um suspiro vendo minha calcinha suja de sangue. Eu deixei que as lágrimas descessem pelo meu rosto e cobri a boca pra não fazer barulho. Era uma sensação tão ruim, de uma coisa que já não estava mais nas minhas mãos, eu não tinha controle sobre isso. Horrível!
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Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"
RomanceTalvez eu não merecesse ter ela. Ela era boa demais. Doce demais. Linda demais. Ela era pura. Inocente. Quase um anjo. Eu não tinha um pingo de humanidade. Não era bom. Nem doce. A parte do lindo, talvez. Não era um homem puro. Muito men...