29° capítulo

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Tudo que eu precisava para o jantar já estava pronto, eu fiz lasanha, só faltava colocar no forno para a noite

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Tudo que eu precisava para o jantar já estava pronto, eu fiz lasanha, só faltava colocar no forno para a noite. Estava um pouco sonolenta, mas lembro que o Matheo me disse que jantariamos juntos. Então eu pensei que poderia fazer um jantar para nós dois.

Depois de ontem a noite estou verdadeiramente tentando entender meus sentimentos, pois quero dizer que amo ele também. Eu não esperava por aquilo, sempre pensei que ele gostava da Nadja ainda, e ouvir aquilo ontem, me deixou muito feliz. Sai da cozinha e peguei meu celular me jogando no sofá.

Sim, me sinto sozinha quando o Matheo sai pra trabalhar, não temos funcionários, nada disso. Divido meu dia, eu fazer balé, me exercitar, treinar luta e depois eu venho pra cá, e fico assistindo tv, ou preparo o jantar. Eu terminei de estudar, foi uma coisa que meu pai impôs a minha mãe,mas não fiz nenhuma graduação, não é tão comum as mulheres da máfia estudarem e se formarem assim. E eu também nunca tive esse sonho, eu só queria ser boa no balé, nos esportes e me preparar para ser uma boa esposa e futuramente mãe. É isso que aprendemos desde nova.

Olhei uma mensagem da minha mãe e respondi o básico, não quero falar com ela.

Eu estava ali, me sentindo só, no silêncio do fim de tarde, quase escurecendo, quando ouvi o barulho de carro. Sorri e passei a mão pelos meus cabelos, antes de me levantar do sofá e parar em frente a janela de vidro. Vi meu marido sair do carro e logo depois do outro lado, o meu pai.

Corri até a porta e sai do lado de fora abrindo um sorriso. Ele andou em passos lentos, ao lado do meu marido, os dois homens da minha vida juntos. Uni as mãos na frente do corpo animada por vê-lo.

Meu pai olhou envolta e sorriu pequeno pra mim, contido como sempre. Ele jamais me abraçaria com os seguranças do portão nos vendo, eu entendia. Passei por ele entrando em casa e me virei quando Matheo fechou a porta, meu pai me abraçou apertado, me apertando em seus braços. Deitei a cabeça em seu peito, me sentindo tão acolhida, era como se eu me tornasse o seu bebê novamente. Abri os olhos e sorri para Matheo que observava de longe.

— Eu senti saudades— Disse segurando meu rosto entre as mãos.

— Eu também, pai— Falei e franzi a testa quando o sorriso desapareceu do seu rosto, e seu olhar escureceu— O que foi?— Indaguei confusa e ele me soltou se virando para Matheo.

— O que você fez com a minha filha?—Matheo me olhou confuso, me aproximei do meu marido segurando em seus braços— Se atreveu a bater nela?

— O que?—Matheo se afastou de mim e eu olhei entre os dois— Eu não bati nela.

— O que aconteceu no seu olho?—Eu toquei meu rosto sentindo-o ainda dolorido do soco que levei.

— Não foi ele pai— Eu disse— Ele te contou que invadiram a casa da Esmeralda? Eles me pegaram num momento e bateram no meu rosto, foi só isso— Meu pai cerrou os olhos— Eu juro, me deram um soco.

— Eu não bateria nela— Matheo disse— E depois ela o matou com um machado— Meu pai me lançou um sorriso de lado.

Papai ponderou antes de se afastar, eu voltei a abraça-lo, só nos falamos por telefone. Eu estava tão feliz em ter meu pai aqui. Fomos para a sala, me sentei no sofá ao seu lado e deitei a cabeça em seu ombro, Matheo sentou na poltrona de frente para a gente nos observando.

— Como o senhor está?— Indaguei.

— Estou bem— Me deu um sorriso que não chegava aos olhos.

Eu sabia que a relação dele e da minha mãe não era das melhores, muitas vezes quando eu era pequena os via brigar brigando, papai sempre parava quando me via, mas era inevitável não os ver brigando. E agora, que sai de casa penso que talvez as coisas não tenham melhorado muito.

— Eu nem sabia que o senhor viria, preparei lasanha—Olhei para Matheo— Seria só pra mim e Matheo, sem querer fiz sua comida favorita— Sorri fazendo ele repetiu o ato.

Ele me olhava com carinho, amor, cuidado e eu via um pouco de tristeza, não sabia exatamente o motivo. Mas imagino que por eu não morar mais perto, não ser a menininha dos seus olhos. Sei o quanto foi difícil pra ele me entregar a outro homem e de certa maneira se afastar. Eu me lembro de tantos momentos incríveis, das vezes que eu invadia seu escritório e ficava desenhando, no sofá enquanto ele trabalhava, ele não podia me dar atenção, mas não me expulsava nem nada disso, só ficava quietinha. Me lembro da vez que ele comprou um pula pula pra mim, e quando minha mãe saiu, ele entrou e brincou comigo, das vezes em que eu acordava de madrugada chorando de algum pesadelo e ele sempre aparecia e ficava comigo até eu dormir de nova. Era incrível!

Jantamos juntos, os três, a lasanha ficou ótima, me senti orgulhosa de mim mesma. Meu pai e Matheo elogiaram a comida, e tivemos um momento bom, em família, eu gostaria de viver isso sempre. Terminamos o jantar e os dois me ajudaram a lavar a louça. Foi um tempo incrível que tive com os dois.

Matheo

Despejei um pouco mais do whisky no copo de Vicenzo e depois me sentei no sofá encarando a bebida âmbar antes de dar um gole, já era tarde e Vittoria havia ido dormir.

— Me desculpe pelo que aconteceu quando eu cheguei aqui— Disse sério, me encarando— Pensei que tinha batido na minha filha.

Suspirei e trouxe o copo até os lábios bebendo um pouco da bebida amarga, mas que eu gostava bastante.

— Você se importa com ela— Falei— Se fosse minha filha e tivesse visto isso, teria a mesma atitude.

Ele encarou o chão pensativo. Era como se algo o incomodasse, e não era pouco, era muito. Ele carregava um karma.

— Foi difícil ver minha única filha saindo de casa— Me olhou— Quando você disse que queria de casar com ela…com todo respeito, pensei em te matar.  Escondi ela durante anos, e consegui, ela foi escapando de se casar com alguém com dezessete anos.

— Não escondeu de mim.

— Já sabia que era uma possibilidade, ela era uma das mais velhas— Deu de ombros— O dia em que vocês tiverem filhos, ou filhas vai entender, principalmente se for menina, você cria como se ela fosse suas princesinhas, a menina dos seus olhos e durante muitos anos, você é um herói, e aí um dia ela se casa…e você passa a ser o segundo homem da vida dela.

— Sente falta dela?

— Muita— Respondeu e eu sorri.

— Você não precisa me pedir pra vir aqui ver ela— Me olhou surpreso— Sua filha sente sua falta, pode vir quando quiser.

— Obrigado— Disse— Eu pensei que não fosse gostar.

— Não me importo— Franzi a testa— Você que colocou ela pra lutar e aprender a manusear armas?

— Foi— Disse— Eu queria que ela aprendesse a se defender, via as outras mulheres sempre dependentes de seguranças e muitas vezes não era suficiente, já vi alguns membros ficarem viúvos. Não queria que minha filha fosse uma delas, coloquei ela na luta, lhe ensinei o que eu sabia. Ensinei ela a mexer com armas. Essas coisas.

— Isso é ótimo—Opinei.

Realmente era, ele criou a filha para ser exatamente o que ela é. Se antes eu tinha uma visão dele, agora tinha outra. Ele se importava com ela, e isso contava pra mim, qualquer pessoa que se importa com a minha mulher, ganha pontos comigo.

                          .....🤭......

Vicenzo é um homem triste por acordar todos os dias ao lado da Giorgia.

Tadinho!

Primeira vez que me aprofundo um pouco na relação dele com a Vittoria, vamos que vamos.

Amo quando vcs interagem comigo.

Beijos.

Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"Onde histórias criam vida. Descubra agora