O lado direto do meu rosto estava dolorido, mas não pior do que meu pescoço, não era um dor de pancada e sim por ficar muito tempo na mesma posição. Eu já estava acordada a uns dez minutos, mas preferi ficar assim, para pensarem que eu ainda estava desmaiada, quem quer que fosse que tenha me pego. Abri meus olhos lentamente mantendo a vista para baixo e passei os olhos pelo que me parecia ser uma sala pequena com um sofá velho e eu estava amarrada numa cadeira, minhas mãos presas para trás amarradas e meus pés também.Lentamente eu ergui a cabeça sentindo meu pescoço doer muito e olhei para os lados me dando conta de que estava numa casa pequena, a cozinha era do tipo americana e havia uma mesa uma mesa redonda. Esfreguei uma perna na outra sentindo que a faca ainda estava comigo, mas eu não ia conseguir pegar ela, enquanto estivesse amarrada. Não tinha nada que pudesse me ajudar a me soltar das cordas. Voltei atenção para frente e pisquei um par de vezes, era como algo arrastando no chão e demorei a entender, até que ouvi os gemidos, femininos e masculinos. Joguei a cabeça para cima olhando o teto com apenas uma luz apagada. Fechei os olhos voltando a abaixar a cabeça. Eu não faço ideia de quem é aquele homem, e a Antônia, era iria me defender. Será que estava morta?
Os minutos se passaram até que eu não ouvisse mais os sons de tortura. Permaneci de cabeça baixa quando ouvi o barulho da porta ser aberta, eu conseguia ver o pé, era uma bota preta e depois outros pés. Fechei os olhos e senti quando algum deles ergueu meu rosto e me deu um tapa forte da lateral do rosto, era o segundo tapa. Eu contaria cada um que levasse aqui. Abri os olhos encontrando um sorriso debochado, os olhos escuros e pretos, com sombra escura me olhavam com desprezo.
— Até que enfim nos conhecemos pessoalmente— Sorriu— Bonequinha.
— Nadja—Falei seu nome e pisquei.
Ela se afastou e sentou no sofá de frente para mim, cruzando os braços e as pernas, do meu lado estava o homem que me bateu e me trouxe para cá, eu faria o que ele fez comigo, mas não ia ser para desmaiar, eu ia matar ele asfixiado, ou quebraria o pescoço. Voltei minha atenção para ela, que desviou para o homem, ele se retirou, saindo pela porta da sala.
— Eu esperei tanto…— Ela riu pegando um cigarro no bolsa e o acendeu dando uma tragada—Pra te ver pessoalmente…que decepção, achei que fosse melhorzinha.
— E você é exatamente do jeito que eu pensei— Ela ergueu a sobrancelha curiosa e expirou a fumaça contra meu rosto, me fazendo sentir o cheiro do cigarro.
— Como?
— Nojenta— Ela riu.
— Somos nojentas igual então, porque o homem que tá com você, já estava comigo— Falou— Você é tão graça…Matheo com toda certeza está sentindo falta de mim.
— E ele?—Ri voltando a olhar para a porta— Tá usando ele? Pra conseguir o que você quer? Por que se o Matheo vier ficar com você, você mata ele?— Ela tragou o cigarro de novo.
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Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"
RomanceTalvez eu não merecesse ter ela. Ela era boa demais. Doce demais. Linda demais. Ela era pura. Inocente. Quase um anjo. Eu não tinha um pingo de humanidade. Não era bom. Nem doce. A parte do lindo, talvez. Não era um homem puro. Muito men...