51° capítulo

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MATHEO



Passei a mão pelo rosto sentindo uma dor de cabeça terrível que nenhum remédio faria parar, eu devia fumar um cigarro para tentar, nem que seja o mínimo possível, porque agora a única coisa que eu queria era dar um tiro na cabeça da Nadja. Peguei meu celular encima da mesa e voltei a abrir meu aplicativo de mensagens com aquela desgraçada, ela não me respondeu nos últimos dois dias, dois dias que Vittoria estava nas mãos dela.Cliquei no ícone superior e levei o celular ao ouvido ouvindo chamar por quase um minuto até que fui atendido e ela não disse nada. Olhei para o lado quando Rael entrou no escritório junto de Vicenzo. Coloquei o celular no alto falante e deixei sobre a mesa.

— O que você quer, Nadja— Falei cruzando os braços com os olhos atentos ao celular.

—Ate que enfim eu estou ouvindo sua voz—Falou—Eu quero você.

Balancei a cabeça em negativa.

—Mas eu também quero vinte milhões de dólares, é esse o meu valor— Encarei Rael que franziu a testa—Eu quero o dinheiro e você.

— E a Vittoria?

— Bom…é o valor da liberdade dela. Não aceito menos que isso.

— Quero uma garantia.

— É a minha palavra— Ela riu.

— Tá bom…eu aceito, e como faremos?

— Eu quero o dinheiro vivo—Concordei— Você vai vir até mim com o dinheiro e eu solto a bonequinha.

— Ok…

— Vou te mandar tudo por mensagem depois— Em seguida ela desligou a chamada e eu para Rael.

— Eu acho que nós não deveríamos nos precipitar em dar esse dinheiro pra ela— Me virei para Vicenzo incrédulo.

Além dos mais, ele estava tão calmo diante disso, era a filha dele que tinha sido sequestrada e ele me pedia pra não dar o dinheiro que a Nadja estava pedindo? Era absurdo pra mim.

— E o que sugere?—Rael indagou.

—Vamos tentar rastrear ela pela ligação que fez, mas honestamente…não vejo necessidade.

— Como assim?—Fiquei de pé e cruzei os braços. Vicenzo deu de ombros.

— Vamos tentar rastrear— Repetiu—Mas eu sei a filha que criei—Ele puxou uma cadeira e se sentou—Criei uma garota forte e preparada pra todo tipo de situação, acredito que ela esteja melhor do que a gente imagina.

— É a minha mulher.

— E minha filha—Ele disse calmo.

—Eu vou ligar pra uma pessoa de confiança, pra rastrear a ligação dela— Rael disse e eu concordei levando os dedos até às temporad com tanta dor de cabeça, pois parecia que ia explodir.

VITTORIA


Levei as mãos até a barriga ouvindo- a roncar, além da minha barriga que doía demais, e nem estava cheio, pois eu já fiz xixi. Mas estava com fome, aquela vaca me trancou dentro do quarto que não quase nada além de uma cama, e parecia ter esquecido de mim aqui, mas eu sabia que ela estava aqui também. Ouvia barulhos, ao que parecia, ela tinha dado um fim no corpo daquele homem. Levantei do chão e caminhei até a porta encostando a orelha nela tentando ouvir do outro lado, ela não vai abrir isso aqui nunca.

Não conseguia ouvir nada, me afastei passando os olhos pelo quarto buscando alguma coisa, eu até pensei em arrombar a porta, mas isso causaria muito barulho. Me aproximei da cama e abaixei olhando embaixo buscando alguma coisa e meus olhos se fixaram num prego bem ao lado do pé de madeira, estiquei meu braço pegando e depois me levantei me aproximando da porta, ficando de joelhos. Enfiei o prego na porta e passei a tentar abrir, era um modelo antigo de porta, então não era difícil, passei longos minutos tentando abrir aquela porcaria, até que ouvi som que me parecia música para os ouvidos. Sorri e levantei abrindo a porta. Dei um passo saindo do quarto e olhei em direção a sala, me dando conta de que estava sozinha. Corri até o único telefone, era daquela fixo, peguei o aparelho e disquei o número levando o celular ao ouvido ouvindo chamar, bati os pés contra o chão olhando em direção a porta.

— Vamos lá— Murmurrei.

Pisquei um par de vezes quando alguém atendeu.

— Alô— Disse— Quem é?

— Eu preciso falar com a Antonella— Ela era a única que tinha um número fixo que eu me lembrava.

— Quem tá falando?

—Eu só quero falar com ela…meu nome é Vittoria.

— Só um minuto— A ligação ficou muda por longos segundos enquanto eu mantinha os olhos na porta torcendo para que ela não chegasse—Vittoria?

— Antonella me escuta, diz pro meu pai e para o Matheo que eu estou num apartamento e parece ser na Sicília, não sei exatamente o local— Caminhei até a janela e afastei a cortina olhando do lado de fora— Aqui perto tem uma mecânica, MotoCar…e uma estrada de terra…avisa pra eles rápido.

— Você tá bem?

— Aham— Falei— Faz isso pra mim.

Me virei encarando a porta e coloquei o telefone no gancho antes de me afastar e caminhar até a cozinha, abri uma gaveta pegando uma faca e voltando minha atenção para a porta quando ela se abriu e aquela filha da puta, a qual eu passei os últimos dois dias pensando em como a mataria. Ela não me viu de imediato, passou as mãos pelos cabelos depois de deixar uma bolsa encima do sofá e se virou, seus olhos caíram em mim e ela franziu a testa.

Eu ergui as minhas abrindo um sorriso.

— Agora é de mulher pra mulher— Falei.

Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"Onde histórias criam vida. Descubra agora