Mergulhei novamente, nadando mais para o fundo da água, cristalina, até mesmo a noite, eu conseguia ver a areia do mar. A água morna, nem quente demais, e nem fria. Passei as mãos pelo cabelo e observei a lua, hoje estava minguante, mas não deixava de ser impecável, iluminando a noite escura. Era nosso quarta dia aqui na Indonésia e já tínhamos conhecido outras partes, essas eu já conhecia, Bali, Vittoria adorou o lugar, quero que possamos ir na Tailândia depois, em outra viagem, e andei pensando em Machu Picchu também, poderíamos ir ao Chile, acho que ela vai gostar. Apesar da família ter muito dinheiro, ela não teve acesso a essas coisas, foi privada de muita coisa e agora eu quero oferecer pra ela, esse mundo de possibilidades, que possa conhecer todos os lugares mais incríveis do mundo, que se abra a novas experiências e possibilidades, que conheça culturas diferentes. Me virei para sair da água e vi ela me observando na escadinha que dava acesso a praia. Nadei para fora e me aproximei dela.
— As noites aqui são tão perfeitas— Disse, eu não quero ir embora nunca mais— Falou cruzando os braços na frente do corpo.
— Eu também não quero— Falei e ela me olhou, as bochechas estavam um pouco mais rosadas que o normal, por conta do sol e do clima quente que não estava acostumada.
— A água está boa?
— Uma delícia— Falei e ela olhou em direção ao mar.
— Sempre tive medo dessas coisas—Mordeu o lábio— De chuva, eu corria para o quarto dos meus pais…tô com saudade dele. As vezes eu nem precisava ir, ele mesmo aparecia pra me buscar e me levar pra dormir com eles no quarto, a minha mãe não gostava, dizia que eu ia ficar mal acostumada— Ela olhou para a areia por alguns segundos e depois suspirou.
— E o mar?
— Hum…eu acho ele muito grande pra mim, me sinto extremamente vulnerável. E eu não sei nadar muito bem!
— Eu entro com você— Ela me olhou e piscou um par de vezes— Estendi a mão— Só se você quiser, a gente vai no raso, eu fico com você…
Ela estendeu a mão fechada, mas abriu e pegou a minha, eu a guiei até a parte onde a areia estava molhada. Vittoria me olhou e depois sorriu mexendo os pés. Ela deu o próximo passo, a água batia mais ou menos em nossas canelas, conseguia ver os pés através dela. Ela virou de frente para mim e me beijou, como era bom beijar a mulher da minha vida. Nossas línguas numa brincadeira gostosa e até mesmo harmônica. Me afastei puxando seu lábio e a observei com cuidado. No fundo, eu acho que amei essa mulher desde o primeiro momento que vi ela, só me neguei. Puta merda eu era apaixonado demais.
Voltei a segurar sua mão e tirei ela da água.
— Espera aqui— Passei por ela correndo para dentro da casa.
Peguei minha mochila procurando pelo que eu queria e sorri quando encontrei. Era um presente, que eu havia comprado a muitos anos, e nem me lembro o motivo, não foi para ela, nem pra ninguém. Mas eu queria que fosse pra ela.
Voltei a sair encontrando ela no mesmo lugar, Vittoria desceu os olhos por mim curiosa e eu beijei sua mão antes pegar a caixinha pequena e tirar o anel de diamante.
— Que lindo— Ela disse e eu deslizei pelo seu dedo magrinho, e ficou perfeito.
— Eu comprei isso a onze anos, em Mônaco— Ela concordou me olhando— Eu comprei por…sei lá, eu só comprei, é uma peça única. Quando eu comprei, eu só deixei guardado, e aí trouxe pra viagem, acho que fica lindo em você.
— Eu tinha treze anos.
— E eu vinte e três.
— Eu fui a Mônaco quando tinha treze, com os meus pais.
— Foi no conselho da Cosa Nostra? Foi nessa época?
— Eu acho que sim!
— Que loucura— Lhe dei outro beijo— Isso ia ser seu de alguma forma, eu tenho certeza.
— Eu também acho, mas eu achei ganhar de você— Falou.
(...)
Vittoria estava sentada no sofá da sala enquanto eu preparava nosso jantar. Escolhi fazer carne com molho e massa. Ela estava com o celular na mão enquanto eu cortava os dois pedaços de carne e cozinhava a massa. A loirinha bufou, e eu só consegui olhar as pernas brancas e torneadas esticadas sobre a mesa da centro.
— Que horas deve ser na Sicília?— Olhei no relógio e fiz uma conta rápida.
— Devem ser cinco horas— Falei.
— Meu pai não atende— Disse fazendo uma carinha fofa— Queria falar com ele.
Vittoria levantou do sofá com o celular em mais e veio até mim, com a porra de uma blusa minha, ela não trouxe pijamas. Era uma esposa obediente. Se sentou no banco do outro lado e voltou a olhar para o celular, o sorriso que ela abriu foi tão lindo, que quis tirar uma foto.
— Oi— Disse e eu sorri dando a volta na ilha e parando atrás dela— Estou com saudades.
— Está aproveitando aí?— Indagou nos observando pela pela.
— É tão lindo, as praias, tudo. Você deveria ir um dia. Tá aonde?—Indagou franzindo a testa olhando curiosa para o celular.
— Resolvi tirar uns dias de folga, querida— Vicenzo respondeu.
Ei quis arrancar o celular da mão da Vittoria quando vi minha mãe, a minha mãe. Porra! Minha mãe, apareceu no fundo do vídeo, e Vittoria percebeu, Antonella se aproximou e sorriu pra gente. Quem autorizou isso?
— Vocês estão juntos?— Indagou minha mulher.
— É…
— Estamos nos conhecendo querida— Minha esposa piscou um par de vezes.
— Pera ai— Falei— Que porra é essa? Vocês estão viajando sozinhos? Sem minha autorização. Eu deveria saber, sou seu filho.
— Só viemos até minha casa fora da cidade.
— Onde ele tá dormindo?
— No quarto dela— Ele sorriu
— Vai embora dai agora— Falei pegando o celular da mão dela— Ouviu? Mete o pé.
— Não…você está em lua de mel, com a minha bebezinha, tenho esse direito.
— Olha, quando eu voltar, eu vou matar você seu velho— Ele sorriu do outro lado da linha— Respeita ela, quero os dois dormindo em quartos separados, ouviu? Dona Antonella, quartos separados— Entreguei o celular para a minha mulher e voltei para a cozinha, puto.
Muito puto! Não queria nem imaginar o que os dois estavam fazendo.
— Eu também te amo, tchau pai, tchau Antonella— Os olhos dela caíram em mim.
— Por que fez isso?
— Mães mão transam, Vittoria—Fiz careta e ela riu da minha cara.
— Como as pessoas tem irmãos então?—Eu foquei em cortar o que precisava, não queria nem falar sobre esse assunto terrivel.
....🥹....
TÃO LINDOS....
COMENTEM MUITOOOOO
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Em Honra A Máfia - Livro 2 Série "Cosa Nostra"
Roman d'amourTalvez eu não merecesse ter ela. Ela era boa demais. Doce demais. Linda demais. Ela era pura. Inocente. Quase um anjo. Eu não tinha um pingo de humanidade. Não era bom. Nem doce. A parte do lindo, talvez. Não era um homem puro. Muito men...