38º Capítulo - Aeroportos

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Me perdoem se houver erros

  Eu esperava que ele estivesse aqui comigo, mas nem sequer pôde retornar as minhas ligações

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Eu esperava que ele estivesse aqui comigo, mas nem sequer pôde retornar as minhas ligações. Essa urgência em ter que ir embora de repente, os cabelos emaranhados e presos em um coque horrível, o corretivo se partindo na pele abaixo dos olhos por conta das ásperas lágrimas salgadas...

Sentia que meu corpo estava anestesiado, ali mesmo, segurando a alça da mala gasta, olhando para o rodapé da parede, e ouvindo os avisos de embarque, ali mesmo, contemplando o vazio de mais um desencontro.

No limiar de um novo capítulo, o aeroporto se estende à minha frente como um palco para despedidas amargas e jornadas iminentes.

A luz fria dos terminais incide sobre o cenário, enquanto os anúncios ecoam, marcando o compasso da separação.

De repente eu contemplei ao longe, os olhos dele, uma mistura de compreensão e tristeza, encontram os meus, enquanto nos preparamos para nos despedirmos com palavras não ditas.

A decisão de partir, deixando meu Jake, é um fardo silencioso que carrego enquanto embarco na busca urgente para preservar a vida de meu tio. Neste instante, o aeroporto se torna mais do que um ponto de partida; transforma-se no portal de uma jornada onde o amor confronta o dever, e a promessa de retorno se dissolve na incerteza do caminho à frente.

Em meio à agitação constante do aeroporto, ele apressa seus passos decididos em direção a mim, determinado a alcançar a mulher que estava prestes a ir embora.

A atmosfera pulsante do terminal serve como pano de fundo para a corrida contra o tempo, enquanto a urgência de suas emoções se manifestam em cada passo apressado.

A expressão séria, porém determinada, molda seu rosto, refletindo a intensidade do momento de despedida. Num gesto de resistência contra a partida, ele avança, ansioso para capturar um último olhar, uma última troca de palavras, na esperança de mitigar a sensação de perda que se insinua no horizonte.

À medida que seus lábios se aproximam, o mundo parece desacelerar, nossas lágrimas se misturam em uma dança melancólica, criando um espaço mágico onde apenas elas existem. O toque inicial é leve, como se explorássemos cada centímetro dos sentimentos que os envolvem.

O beijo intensifica-se, tornando-se um elo transcendental entre o presente e a promessa de um futuro compartilhado. Cada movimento é uma dança de emoções, onde paixão e ternura se misturam numa coreografia íntima.

Ao pararmos, ele segurou meu rosto com as duas mãos e então segurei as mãos dele, não conseguia esboçar nenhuma palavra sequer, nenhuma sílaba, parecia que minhas lágrimas gritavam por mim.

—Porque não me chamou pra ir com você?

—Você é a pessoa mais procurada do país, não iria muito longe comigo naquele avião.

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