08º Capítulo - Ironsplinter

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Oii gente, me perdoem pela demora! Aviso que esse capítulo pode conter alguns gatilhos








—Você vai se arrepender de estar prendendo seu próprio pai, acha que vou ficar muito tempo preso ? —Eu só tinha 9 anos, e chorava com um urso de pelúcia na mão. Naquela época, meu tio me adotou, ele era tudo que eu tinha como família. No começo foi difícil eu aprender a confiar em um adulto homem de novo, mas logo ele me mostrou que era sim o meu verdadeiro pai.  

  Tio Paulo não tinha nenhuma obrigação comigo, eu poderia facilmente ter sido transferida de volta para o orfanato, mas ele escolheu ficar comigo, cuidar de mim e assoprar as minhas feridas.  Uns tempos depois meu pai foi morto na cadeia, afinal, caras que fazem o que ele fez, não sobrevivem muito tempo por lá.

Desde criança minha mente era voltada a isso, investigar e provar, nunca desistir do meu objetivo e não esperar algo ruim acontecer repetidas vezes. Fui constantemente ameaçada de morte pelo homem que deveria ter me dado proteção e amor, mas ao invés disso, fui obrigada a despertar em mim o instinto de auto-proteção, ou era eu ou não era nada, mas desde que me envolvi nessa história com a Hanna Donfort, tudo tem sido sobre ele, eu facilmente me entregaria de bandeja pra o Richy mas pelo visto, Jake teve a mesma sensação sobre mim, deve ter sido apenas ele a vida toda e cuidar de si mesmo era sua maior prioridade, porém, nos conhecemos e aqui estamos. Na verdade, eu estou aqui, mas onde ele pode estar ainda é um enigma, que sinto que estou perto de desvendar.

  Naquela manhã eu e Jessy resolvemos dar uma volta pela cidade, ela estava cheia de sacolas com temperos e comida, planejávamos fazer algo diferente a noite.

—Eu sei que o brigadeiro de panela vai ser a coisa mais gostosa que você vai comer.

—Mal posso esperar então, porém, também vai experimentar minhas panquecas.

—Ótimo, acho que temos o suficiente não é ? Quer dizer, nem sabemos se a Hanna realmente vai. —Jessy planejou isso para desfocarmos um pouco das tensões que ainda rolavam e para que provavelmente eu me desculpasse com a Hanna, e ela estava certa, eu deveria fazer isso. Afinal, sei o que é ter apego emocional na sua única fonte de apoio, ela não sabe o que está sentindo e tenho certeza de que não planeja machucar ninguém.

—Ela vai sim, já confirmou com a Cleo também. É uma ótima oportunidade pra conversarem sobre sua situação com o Jake. —Franzo o cenho mas ela parece não perceber. —Tem muito produto francês aqui hoje, não gosto das iguarias mas devem ser bons para tentar algo novo na cozinha.


—Por que está chamando de situação ? —Arqueio uma sobrancelha enquanto ela escolhe batatas.

—Bom, porque não tem nada definido não é ? Quer dizer, ele disse que te amava nos últimos momentos mas vocês deixaram tarde demais pra decidir alguma coisa concreta.

—É que eu acho que um "eu amo você" já substitui mil definições. —Falo e então ela ri percebendo que conseguiu enfiar o dedo na minha ferida.

—Estou apenas brincando, desde o início dava para ver que eram um do outro. Esse cara praticamente arriscou a vida dele pra te salvar e a Hanna precisa saber de tudo isso. No começo era apenas sobre ela, mas daí ele ficou encurralado porque provavelmente não esperava se apaixonar, mas, aconteceu, e ela vai ser sua cunhada querendo ou não. —Nos olhamos por alguns segundos e então começamos a rir.

—Preciso me acostumar a isso.

—Aceita uma amostra de perfume francês senhorita ? —Uma mulher pergunta e então sorrio em agradecimento mas recusando e logo vou indo desbloquear o celular pois havia chegado notificações da operadora de novo.

I found You -Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora