11° Capítulo - Pressão

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Ao levantar o freio de mão, respirei fundo ainda temendo tirar as mãos do volante, pois qualquer passo errado o faria ser pego e aí eu realmente nunca o veria. Jake confiava em mim, e eu confiava nas outras meninas, espero que eu não esteja errada.

--Tudo bem, eu vou saindo primeiro pra abrir a porta e aí o Jake entra. --Lilly diz descendo do carro e indo até a porta da frente então nos olhamos. Ele estava sério, sei que estava receoso, foi muito tempo se escondendo e não tendo contato com absolutamente ninguém, isso era uma mudança brusca, mas eu queria que desse certo, seria um passo de cada vez.

--Você está com medo. --Diz ele olhando-me calmamente, apesar do receio ele parecia tranquilo ao meu lado, suas mãos sempre enterradas nos bolsos e aquela expressão cheia de coisas pra dizer. Suspiro colocando uma mexa de meu cabelo atrás da orelha e então me viro para ele.

--Eu não sei como vamos fazer daqui pra frente porque sinceramente eu não pensei o que faria quando te encontrasse, eu estou me sentindo uma imbecil nesse exato momento porque se algo chegar a acontecer de novo eu nem sei...


--Clara. --Ele me interrompe. --Essa confusão é apenas questão de tempo, você sabe muito bem o que te prometi.


--Eu sei, mas a cidade está tão cheia de policiais, eu tive tanto medo, eu, eu... --Coloquei uma mão na boca e tentei segurar toda dor que eu estava juntando por dias, meus olhos se apertaram e as lágrimas insistiram em descer uma atrás da outra. --Me senti uma inútil.


--Do que você está falando? --Ele afasta minhas mãos do meu rosto e então começa a limpar minhas lágrimas, logo em seguida segura meu rosto e sorri. --Estou bem aqui. Eu confiei em você pra me encontrar desde o início, e eu tinha absoluta certeza de que conseguiria, não duvidei nem por um segundo.


--Você e seus códigos. --Falo limpando também o meu rosto e então Jake sorri alinhando meus fios bagunçados atrás de minha orelha. --Achei que eu tinha te perdido, em alguns momentos eu realmente achei.


--Eu sinto muito, não posso imaginar o que deve ter sentido, saiba que eu quis avisar.


--Eu sei, mas você sempre esteve presente. —Inspiro a água que insistia em descer do meu nariz e o encaro. —Foi você não foi? O alarme no meu celular. --Pergunto e então ele ri travesso como se não esperasse que eu questionasse isso.


--Eu estava naquela noite, no aurora. —Que ótimo.


--Espera então, meu celular ter sumido não foi a Hanna ? Foi você ?


--Eu o peguei e instalei rapidamente o alarme, deixei no balcão perto o suficiente para o Phil Hawkins se responsabilizar. Entretanto, porque pensaria que foi a Hanna ?


--Bom... --Antes que eu pudesse responder Lilly abre a porta do lado dele e suspira indicando que as meninas já estavam cientes. Jake então desce do carro e vai em direção a casa de Jessy, respiro fundo e faço o mesmo.

Ao entrarmos, Lilly fechou a porta atrás de nós e então vimos as três paradas em nossa frente. Cleo, Jessy e Hanna.

—Ai meu Deus ! —Jessy solta sem querer e põe a mão na boca percebendo que pensou em voz alta. É Jessy, eu sei, um pedaço de mal caminho.

—Você é o Jake mesmo ? —Pergunta Cleo curiosa ajustando o casaco nos ombros.

—Suponho que sim. —Ele diz ainda sério e então volta suas atenções a Hanna que parecia deslumbrada e emocionada. Me afastei um pouco e sentei no degrau da escada, queria dar espaço pra esse momento, afinal, foi por causa dela que estamos aqui agora e eu estava exausta e suja.

I found You -Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora