42º Capítulo - Onde está Jake?

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Dan POV

Caminhando para o bar em plena luz do dia, minha mente fervilha com pensamentos raivosos em voz fina e enjoada. "Jake Donfort e seus planos geniais!", resmungo mentalmente.

"Clara merece mais do que isso." Com cada passo, a raiva se mistura a um toque de humor sombrio. "Talvez eu devesse criar um manual 'Como Não Enlouquecer os Amigos' para a Hannah."

Ao pedir meu primeiro gole, uma risada amarga escapa. "Beber antes do anoitecer? Clara, isso é por sua causa, minha amiga!" Entre tragos, os pensamentos raivosos se transformam em gracejos sarcásticos sobre a situação, uma tentativa desesperada de encontrar humor na preocupação que me consome.

À medida que os goles avançam, me pego interagindo com o barman, rindo das minhas próprias piadas meio emboladas. "Ei, meu amigo, você já viu um plano mais maluco do que esse?" solto, enquanto o barman me serve outro copo com um olhar divertido.

Deve estar pensando: Do que esse cara ta falando?

Os pensamentos raivosos agora se misturam com uma sensação de leveza, como se o álcool começasse a desanuviar as preocupações.

"Talvez eu devesse sugerir um brinde à ousadia insensata do garoto hacker. Às vezes, um pouco de loucura é o que precisamos, certo?" penso, levantando o copo com uma risada meio descontrolada. O barman sorri, jogando uma piada amistosa no ar. É estranho como o álcool e o riso, mesmo em meio à preocupação, criam uma espécie de equilíbrio temporário na minha mente tumultuada.

No entanto, à medida que a tarde avança e o álcool se acumula, a alegria falsa das piadas dá lugar a uma melancolia mais profunda. "Talvez eu esteja apenas tentando escapar da realidade", murmuro, fitando o líquido âmbar no copo.

Cada gole parece um afogamento temporário das preocupações, mas à medida que a bebida faz seu trabalho, a tristeza genuína emerge.

"Clara merece mais do que esse caos" resmungo, sentindo um nó na garganta.

A risada agora é substituída por um suspiro pesado, e percebo que o álcool não é um substituto para enfrentar os medos e incertezas que me atormentam. Mesmo assim, continuo bebendo, na esperança de que a anestesia momentânea me ajude a suportar a aflição que sinto por minha amiga.

  Cambaleando em direção ao banheiro, abro o zíper da calça com dificuldade.

Abro um sorriso aliviado por tirar a água do joelho e suspiro para o céu ouvindo o barulho satisfatório.

  No meio de minha quase meditação percebo no mictório ao meu lado, um carinha de 1,55 usando um bucket preto, óculos de sol e roupas pretas, um moleque, dentro do banheiro do bar.

Pisco duas vezes para me certificar de que aquilo era real.

—Não olha pra mim.

Ele continua concentrado mijando, enquanto eu continuo segurando meu amigo na mão ainda me perguntando se aquilo era real.

—Você é o Dan Anderson? 

—Sim.

—Sou amigo da Clara.

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