– Você quer ajuda? -observei seu reflexo pelo espelho.
– Claro. -respondi, apontando para o zíper do vestido em minhas costas.
Suas mãos tocaram delicadamente meus ombros expostos pelo vestido vermelho, tradicional chines, desviei rapidamente meus olhos do seu, após nossos olhares se encontrarem pelo espelho. Após o pequeno incidente com Daesong seu humor mudou drasticamente, depois de expulsar meus pais do quarto e impedir a entrada deles na festa de casamento que acontecia no andar debaixo, sua mão começou a tremer rudemente e ele não me encarou mais nos olhos. Suspirei, o encarando de frente, após ele fechar meu vestido.
– Eu sabia que isso ia acontecer. -falei, arrumando sua blusa vermelha, combinando com meu vestido. – Eu não preciso de sua pena, vamos fingir que isso não acon...
– Pena? -fui interrompida, com o homem saindo de perto de mim bruscamente e se sentando no sofá. – É assim que você acha que eu estou me sentindo?
– Não importa. -falei, erguendo um muro imaginário de auto defesa. – Eu não preciso de nenhum sentimento seu.
O mais novo riu, debochadamente no sofá, passando as mãos pelo cabelo, nervosamente. – Você é muito orgulhosa, cabeça dura...
– Sim, eu sou isso tudo. -cortei sua frase no meio, sentindo meu sangue ferver em minhas veias. – Olha, eu não estou tentando ser ingrata. -respondi, respirando fundo, controlando meu temperamento. – Eu agradeço sua ajuda, mas vamos esquecer isso... eu consigo lidar com minha família sozinha.
– Eu sou seu marido. -respondeu, se levantando. – Nós temos que lidar com isso juntos.
– Por obrigação. -rebati, dando um passo para trás. – Nosso casamento é um contrato, nós somos negociantes... e vamos manter assim. -desviei o olhar, vendo o homem se entristecer em minha frente. – Nós ainda estamos em trégua, podemos tentar ser bons amigos... se você quiser?
– Você consegue ser só minha amiga? -perguntou, dando um passo para perto de mim, fazendo minhas costas baterem na porta de madeira. – Depois daquele dia na boate? -perguntou, passando a mão pelo meu braço, de baixo para cima. – Ou naquela sala em Paris? -sussurrou em meu ouvido, enquanto eu virava o rosto, evitando que nossas bocas se encontrassem.
– Talvez nós tenhamos que ter... -tentei falar, mas minha respiração estava alterada e meu coração batia fortemente, confundindo meus pensamentos. – Algumas regras.
Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram quando seus lábios encontraram meu pescoço, bem aonde minha pulsação desgovernada passava como jatos.
– Quais seriam? -seu hálito quente bateu contra o ponto de pulsação do meu pescoço.
– Sem contato físico. -fechei os olhos ao falar, me concentrando para pronunciar a frase inteira. – Sem comportamentos libidinosos. -a risada do mais novo inundou meus ouvidos e seu hálito quente enviou correntes elétricas para todas as minhas células.
– Comportamentos libidinosos? -seus lábios macios vieram de encontro com meu pescoço, em um beijo molhado. – Isso seria considerado libidinoso?
– Sim... -sussurrei, sentindo sua mão esquerda navegar pelas curvas do meu corpo.
A névoa recobrindo minha visão, clareou aos poucos ao sentir sua mão chegando perto demais de um dos meus seios, balancei a cabeça recobrindo a noção de que em menos de cinco minutos atrás, nós estávamos discutindo e agora eu não consigo pensar em outra coisa, além de como eu queria beija-lo. Usei toda a força que ainda restava em meus músculos gelatinosos para empurrá-lo para longe de mim.
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Casamento Arranjado
FanficEm meio às luzes brilhantes de Seul e uma carreira de sucesso no maior hospital da Coreia do Sul, a influente herdeira de uma rede de hospitais da Coreia e Estados Unidos, Kim Min-Seo, vê sua vida virar de cabeça para baixo após uma noite de festa e...