Capítulo 22

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– Bom dia. -falei para a presença mal humorada do mais novo, entrando na cozinha.

– Nós temos cadeiras, você sabe. -implicou, apontando para minha figura sentada no balcão da cozinha, próximo a pia.

– É um hábito. -falei dando de ombro, ignorando seu mau humor.

Suspirei, percebendo que sua mudança de humor de ontem a noite perdurou para hoje de manhã, infelizmente. Após a nossa chegada na casa dele, um clima cheio de eletricidade se instalou sobre nós dois... até que eu o empurrar da cama e me recusar a dormir junto a ele em um ataque de medo e insegurança. O que acabou o fazendo dormir no quarto de hóspedes... sozinho.

– Você não tem café aqui? -perguntei enquanto o mesmo preparava o próprio café da manhã, de costas para mim.

– Não. -revirei os olhos pelas suas respostas monossilábicas.

– Pão? Ovo? Cereal? -joguei várias opções de café da manhã, esperando ter alguma coisa escondida, após eu revirar a dispensa inteira atrás de algo para comer que não fosse apimentado. – Você ao menos mora aqui?

– Vá ao mercado se você não estiver satisfeita. -arregalei meus olhos pelo seu tom grosseiro. – Essa é minha casa, obviamente vai ter as comidas que eu como.

Ontem a noite era nossa casa...

– Uau. -respondi seca, descendo da bancada. – Você realmente ficou irritado porque eu não transei com você, não é? Essa é uma atitude que eu não esperava de você.

– O que você queria? -me assustei quando ele gritou, batendo o copo na ilha e se virando para me olhar. – Eu tenho necessidades !!

A cozinha mergulhou em um silêncio tenso, quebrado apenas pelo suave farfalhar das cortinas da sala de jantar e o som da água da piscina se movimentando, desviei meu olhar para o chão, sentindo uma enxurrada de sentimentos tomar conta de minhas ações, Minghao estava claramente incomodado com a situação... frustrado talvez.

– Necessidades? -essa palavra martelava em meu cérebro confuso, porque para mim ela não se encaixava em nossa discussão atual.

– Eu sou homem, Min-seo. -Minghao passou a mão pelo cabelo, frustrado. – Se eu não puder me satisfazer com minha esposa, com quem eu vou poder?

Satisfazer? -a palavra escorregou pela minha garganta, como algo venenoso. – É isso que eu sou para você? Apenas um buraco onde você pode se enfiar quando tiver "necessidade"?

– Eu não disse isso. -levantei a mão entre nós, quando o mesmo deu um passo em minha direção.

– Foi isso que você deu a entender. -respondi, enojada. – Nós mal chegamos na sua casa quando você me agarrou e me levou para o quarto, você ao menos me deixou tomar um ar, talvez um banho... você nem me perguntou se estava bem para isso. -as palavras se embrulharam em meu peito, enquanto minha garganta ardia cada frase dita. – Eu não sei o que você acha de mim, se eu sou alguma prostituta ou coisa do tipo, mas eu não transo com qualquer um.

– Eu não sou qualquer um ! -seu tom de voz ergueu um décimo enquanto a veia em seu pescoço saltava de raiva. – Eu sou seu marido.

– Não importa quem você é porra ! -gritei também, me aproximando irritada. – Eu não estava pronta e você nem ao menos quis conversar como dois seres humanos normais, assim que eu te tirei de cima de mim você saiu pisando duro irritado ! Como você acha que eu me senti?? Hein ?? Eu não sirvo para conversar com você?? Eu sou interessante só quando você me beija?

– Você está distorcendo o que disse... -Minghao levantou os braços, frustrado. – Eu apenas estava animado para isso... desde essa confusão eu não tive oportunidade de sair com outras pessoas, eu achei que casando com você... nós dois poderíamos nos ajudar.

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