O aroma da lenha queimada que saia da lareira permeava o ar da nossa sala de estar, Minghao se sentou de um lado do sofá e eu me sentei na ponta do outro lado, com a mesa de centro criando um espaço entre nós dois... O silêncio pairava no ar, enquanto eu pensava por onde deveria começar essa conversa delicada.
– Não quero tornar isso mais difícil do que já é. -falei de uma vez abarcando os meus joelhos. – Podemos fazer desse acordo algo funcional para nós dois.
– Min-seo olha... me desculpe por hoje mais cedo... talvez eu tenha me expressado mal... -levantei a minha mão, cortando sua frase ao meio.
– Eu não acredito muito em desculpas, se você falou aquilo, foi porque você pensava daquela forma. -falei rudemente. – Suas desculpas só vão ajudar você a se sentir melhor... mas não vão consertar o estrago em meus sentimentos. -respirei fundo, controlando meu temperamento. – Não perca seu tempo com isso.
Minghao concordou com um aceno de cabeça, se encostando no sofá, me olhando atentamente. – Não era essa a conversa que eu sonhava em ter com minha esposa. -disse sério, cruzando os braços sobre o peito. – Quais são suas regras?
– Não quero ser sua esposa. -respondi secamente, sair com senhor Kang diminuiu a raiva em meu peito... mas eu sempre fui uma pessoa de guardar rancor. – Mas eu posso ser sua colega.
– Colega? -Minghao perguntou, erguendo uma sobrancelha.
– Claro ! -respondi, acenando com a cabeça. – Tipo parceiros de crime ou algo assim. -Minghao me encarava, com uma sobrancelha levantada como se eu tivesse falado a coisa mais boba do mundo. – Nós não temos sentimentos um pelo outro, então vamos apenas deixar claro nossos objetivos e podemos apoiar um ao outro nisso.
– Não temos sentimentos... Okay. -o mais novo resmungou. – Por onde começar?
Mordi o lábio inferior, olhando para a brasa queimando ao meu lado enquanto pensava por qual regra deveríamos começar. – Sem mentiras entre nós dois, eu não quero morar com alguém que eu não confio.
– Podemos fazer isso. -Minghao concordou, passando a mão pelo cabelo. – Você e aquele motorista tem alguma coisa?
Vi o arrependimento em seu rosto, assim que terminou de perguntar e o meu rosto transpareceu a maior repulsa que eu já senti na minha vida. – Senhor Kang ??
– Você disse sem mentiras !! -Minghao reclamou, apontando o dedo indicador para mim. – Eu ia ficar imaginando coisas se não perguntasse.
– Não... você tá certo, temos que saber tudo um do outro. -concordei passando a mão pelo rosto, dissipando o choque inicial. – Ele é a única e maior figura paterna que eu tenho, não se preocupe. -encostei o queixo no joelho enquanto observava o mais novo concordar com a cabeça. – Você quer sair com outras mulheres?
– O que? -a expressão de choque dele me dizia que talvez ele nunca esperava essa pergunta sair da minha boca.
– Você pode se quiser... eu falei sério quando disse que você não vai mais encostar em mim. -desviei meu olhar do seu, observando as chamas do jogo dançarem na lareira. – Mas vou pedir que você seja discreto, não traga ela aqui... pelo menos não quando eu estiver em casa, não se deixe ser fotografado ou coisa do tipo.
– Você está dizendo que eu posso te trair? -fechei os olhos quando escutei sua voz, puro choque saindo de sua garganta. – Devo ligar para um psiquiatra ? Você está sã?
– Foi você que jogou na minha cara que "é um homem e tem necessidades". -resmunguei, engrossando minha voz para imitá-lo em um ato de pura birra infantil... mas que se dane isso, eu estou chateada. – Você vai ficar mais insuportável se não transar de vez em quando...
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Casamento Arranjado
FanfictionEm meio às luzes brilhantes de Seul e uma carreira de sucesso no maior hospital da Coreia do Sul, a influente herdeira de uma rede de hospitais da Coreia e Estados Unidos, Kim Min-Seo, vê sua vida virar de cabeça para baixo após uma noite de festa e...