Capítulo 30

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A luz suave da manhã invadia o quarto, reclamei cobrindo os olhos e me aconchegando nos lençóis macios da cama, abri os olhos ao sentir o braço quente de Minghao roçar no meu, virei o rosto para observar o mais novo dormindo calmamente ao meu lado. Sorri enquanto encarava seu rosto sereno, perdido no mundo dos sonhos, ergui a mão, passando delicadamente pelos fios bagunçados de seu cabelo.

– Consigo ouvir seus pensamentos até dormindo. -o mais novo murmurou, me assustei retirando a mão de sua cabeça, antes dele agarrar meu pulso e repousar minha mão sobre sua bochecha, sorri, acariciando o lóbulo da sua orelha.

– Bom dia. -respondi enquanto apreciava seu despertar, seus longos cílios batendo calmamente enquanto ele se acostumava com a claridade do ambiente. – Dormiu bem?

Minghao balançou a cabeça, concordando repetidas vezes enquanto me puxava, me embalando em seus braços firmemente, suspirei de prazer quando sua mão repouso em meus cabelos, alisando carinhosamente.

– Podemos ficar assim para sempre? -senti a vibração em seu peito ressoar em meu rosto enquanto ele me perguntava.

– Podemos. -concordei me acomodando melhor entre seus braços, sentindo o cheiro de sua pele e o conforto que seu corpo dava ao meu.

– Alguma coisa errada, meu bem? -Minghao perguntou, passando o queixo sobre minha cabeça e beijando minha testa devagar. – Você está com aquela cara que faz quando começa a pensar demais.

– Aconteceu uma coisa com a Bo-kyung. -e com o senhor Kang... mas ninguém vai saber disso além de nós dois... e aparentemente a senhora Bo-kyung. – Na verdade aconteceu muitas coisas ao mesmo tempo... eu só... fiquei um pouco sobrecarregada.

Sobrecarregada é o mínimo na verdade... Não é todo dia que você descobre que o homem que era como um pai para você, na verdade só queria te matar no começo do seu relacionamento e que agora eu não deveria confiar em ninguém porque aparentemente estou em constante perigo e depois a mulher que era como uma irmã mais velha se revoltar contra você e começar a dizer coisas estranhas que nem era para ela saber sobre... e no final é sempre igual... eu só estou tão, tão exausta de tudo que até mesmo a mínima interação social parece como uma batalha sangrangrenta e exaustiva.

Menos com ele... 

– Parece que quando eu começo a ser minimamente feliz... o mundo começa a desmoronar aos poucos e eu volto a ser uma menininha de sete anos no porão dos meus pais. -sussurrei sentindo um peso gigantesco deixar meus ombros. – O que eu fiz de errado ?

Minghao ergueu meu rosto com a mão, me encarando com uma preocupação genuína, seu dedo fazia carinho em meu rosto enquanto ele beijava minhas pálpebras, tomando o seu tempo no carinho reconfortante antes de me abraçar fortemente.

– Acho que nunca vou querer saber tudo o que seus pais fizeram com você. -ele concluiu enquanto me apertava mais em seus braços e beijava o topo da minha cabeça. – Só sabendo os fatos por cima eu já sinto uma tendência assassina e uma vontade crescente de matar os dois dolorosamente. -gargalhei em seu peito enquanto ele acariciava meus cabelos. – Porque você sempre acha que é sua culpa?

– É mais fácil assim... não sei. -respondi sinceramente, porque eu não sabia de fato, era apenas algo que eu sentia sempre que algo dava errado. – Você tem certeza sobre o processo?

Minghao concordou com a cabeça me soltando para nós dois nos olharmos. – Absoluta, aquele cara não pode sair impune... Você acha que Choi Hyo-jin seria nossa advogada?

– Claro que sim. -Hyo-jin faria qualquer coisa por mim... e tem o fato de que ela é uma obcecada com o trabalho. – Vou ligar para ela mais tarde ou podemos ir até o escritório se você quiser.

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