Capítulo 34

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A luz suave da manhã invade o quarto, acertando diretamente meus olhos. Ainda sonolenta bati a mão do lado esquerdo da cama, sentindo o colchão ainda quente pelo corpo do Minghao, abri os olhos devagar, olhando ao redor a sua procura. Me sentei na cama, enquanto escutava as portas dos armários do closet baterem suavemente.

Nossos olhares se encontraram quando o mesmo saiu do closet, com o torso nu e abotoando a calça jeans de lavagem clara, sorri para ele, que me respondeu com um sutil balançar de cabeça, me mostrando que a discussão de ontem a noite realmente não acabou para ele.

– Bom dia. -murmurei, tentando dissipar a frieza que pairava no ar. – Vai treinar com os meninos?

Minghao concordou com a cabeça, se virando de costas e entrando no closet novamente, em completo silêncio, suspirei sentindo a culpa recobrir os meus ossos e os minutos passando como horas, e a atmosfera pesada se torna quase palpável. Levantei a cabeça, quando o mesmo caminhou novamente para o quarto, dessa vez vestido com uma camisa branca e com uma bolsa preta, a colocando na cama ao meu lado, mas sem olhar para mim.

– Você realmente vai continuar me tratando dessa forma? -perguntei, soando claramente magoada.

Eu sei que o tom da minha voz o afetou quando o mesmo apertou a alça da bolsa entre os dedos, fechando os olhos como se doesse nele da mesma forma que doía em mim. – Eu não quero isso também.

– Então por que você está agindo assim? -agarrei o seu pulso, sentindo meu coração bater rapidamente em meu peito. – Eu estou cansada de discutir... eu preciso de você do meu lado nesse momento.

– Você não me dá escolha ! -ele se exaltou, soltando as minhas mãos de seu pulso. – Você quebrou a minha confiança mais vezes do que eu consigo contar. -ele respondeu, voltando a guardar algumas coisas dentro da bolsa preta.

Juntei as mãos sobre o meu colo, sentindo as lágrimas embaçaram a minha visão. Eu não sei se isso é normal, mas após essa gravides eu sinto como se não estivesse no controle do meu próprio corpo, eu choro quando não quero chorar, fico brava quando não quero estar... É tudo tão novo e eu me sinto tão sozinha e assustada que é praticamente insuportável estar sob a minha pele nesses momentos.

– Você não me ama mais? -perguntei em um fundo de voz, enquanto eu concentrava todas as minhas forças para não chorar em sua frente, não de novo.

– Que besteira é essa? -Minghao perguntou, erguendo uma sobrancelha claramente indignado, ele segurou as minhas bochechas beijando meus olhos delicadamente. – Não há ninguém que eu ame mais do que você. -ele afirmou, olhando dentro dos meus olhos chorosos. – Nunca mais repita essa baboseira.

Eu estava com tantos sentimentos dentro de mim no momento que pensar se tornou uma tarefa extremamente difícil, a mágoa pelo processo se misturava a tristeza e culpa sempre que eu lembrava que quem quebrou a confiança do outro primeiro fui eu. Todos esses sentimentos entravam em conflito com a necessidade crescente de ficar perto dele, de sentir o seu cheiro, de ouvir sua respiração e sentir sua pele contra a minha.

– Podemos parar com isso, então? -pedi, fungando um pouco, segurando seus pulsos, prolongado contato de suas mãos em meu rosto. – Eu vou te contar tudo, apenas fique aqui.

– Eu tenho que ir agora, os meninos estão... -ele parou de falar, franzindo as sobrancelhas enquanto eu apertava os lábios juntos, segurando o meu choro. – A empresa não vai me deixar faltar. Você não pode me pedir para escolher entre meu trabalho e você.

Soltei os seus pulsos, me distanciando de suas mãos, claramente magoada da sua acusação. – É isso que você acha que eu estou fazendo? -perguntei, me levantando da cama. – Eu sei das minhas limitações e eu não pediria algo que eu já sei a resposta.

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