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Carolina👑

Como de costume, fui a primeira a acordar e desci para fazer café d manhã.

Gosto em se a primeira a vir para a cozinha, por mais estranho que possa parecer eu gosto dessa rotina da manhã.

Queria fazer isso em casa, queria poder acordar, passar um café, me sentar na mesa com o Eduardo. Mas ele tem uma visão diferente disso, segundo ele cozinhar é e sempre vai ser função da empregada.

Aproveito que não tem ninguém atrás de mim e abro todos os armários possíveis pra ver os ingredientes e o que posso fazer com eles.

Vejo que tem todos os ingredientes necessários para fazer algumas panquecas.

Começo a preparar a massa e logo coloco no fogo.

Quando me viro para por um prato na bancada tomo um susto ao ver o Ret escorado na parede me encarando.

Carol: Nossa!- levo a mão até o peito- você me assustou.- dou um sorrisinho sem graça.

Ret: Foi mal aí - ele diz com a voz rouca de quena acabou de acordar- O que tá fazendo aí?- ele  puxa umas das banquetas e se senta.

Carol: Panquecas.

Ret: Pro café? Isso aí não é janta? - dou um leve sorriso.

Carol: Esse é outro tipo de panqueca- volto para o fogão- Gosto de por doce de leite em cima, mas vai ficar bom com aquela geleia que tá na geladeira.

Ret: Hmm, espero que seja bom, tô com fome pra caralho.

Volto minha atenção total para o fogão, quando viro para por uma panqueca pronta no prato sou pega de surpresa ao perceber que estou sendo observada.

Não sei dizer o porquê, mas me parece diferente.

Carol: Já que está com tanta fome pode ir comendo as que já estão prontas.

Ret: Te espero.

Por quê?

Volto minha atenção para o fogão. Assim que termino me sento em uma das banquetas.

Nada me preparou para isso, ele ergue a mão e passa no lado esquerdo do meu rosto.

Ret: Tava sujo, trigo - aceno bem rápido parecendo uma retardada.

Impossível dizer o quão estranha me senti durante todo o café da manhã.

Quando o Ret saiu para trabalhar eu senti como se tivessem tirado uma pedra  das minhas costas.

Caraca, porquê não é tão estanho assim com o Souza e com o Victor?

Acho que finalmente minha cabeça começou a pifar, só pode.

                                         [...]

Reviro os olhos e ele bufa.

Souza: Tô falando sério Raponzel, ela me pediu em casamento. Chorou e tudo mais quando eu disse que não.

Carol: Tá, mas não precisa  ficar se gabando. - O amor próprio dele chega a ser assustador.

Souza: O que posso fazer se sou tão amado, não tem  um ser humano que não goste de mim.

VG: Merda, acho que não sou humano - ele se joga em uma das espreguiçadeira e acende o que eu acredito ser um baseado.- Porquê te detesto.

Souza: E tu não surpreende ninguém, seu animal.

VG: Vai a merda.- ele me olha e estica o  baseado- Quer dar um trago?

Carol: Não, obrigada- faço careta. Que sequestro é esse que até maconha me oferecem?

Souza: A mina nem saía de casa e tu oferece um baseado? Tem que ir com mais calma, se não assusta.

Carol: Você fuma?- Souza acena em concordância- Ok, vou levar você como prova real daquela história que maconha destrói os  neurônios.

Souza abre a boca chocado e o VG começa a gargalhar.

VG: Muito bom loira.

Ret: O que tá rolando aqui? - Como não tem mais nenhuma espreguiçadeira vaga o bendito senta bem do meu ladinho, na merda da mesma espreguiçadeira.

VG: A loira aí dizendo que os neurônios do Souza já eram. Adoro ver alguém pisando nesse merdinha, meu dia até melhorou depois dessa. A cosia é ainda melhor quando a humilhação vem de uma mulher.

Souza: Ri mesmo, idiota. Se meu cérebro tá fodido o teu também.

E assim prossegue, um xingando  o outro.  Adoro que os xingamentos são diferentes como "sua besta imbecil" e claro que foi o Souza que soltou essa pérola.

Viro o rosto para o Ret e vejo que ele tá digitando concentrado.

Aproveito o momento para analisar as tatuagens no braço dele, são várias.

Será que tem uma história por trás ou são só imagens e frases?

Sempre tive uma curiosidade em como deve ser fazer uma.

Quando ergo o olhar para tentar ver a tatuagem no pescoço vejo que o Ret está me olhando. Ótimo, pega no flagra, capaz de achar que estava secando ele.

O que não é verdade. Porquê ele não me atrai e eu sou casada.

Desvio o olhar o mais rápido olhando para o tonto do Souza. Só que minha respiração se altera um pouco com a sensação constante de estar sendo observada .

VG: Já deu, eu só ofereci um baseado pra loira.

Ret: Para de ficar oferendo droga pra mulher.

VG: Cada um oferece o que tem.- ele dá de ombros.

Souza começa a gargalhar.

Souza: Tu não tem ideia do que eu tenho pra te oferecer...- Ret estica a mão e da um tapa no pescoço dele.

Ret: Te aquieta, porra.

Souza: Incrível como eu sempre sou errado nesse caralho.

Carol: Bom, eu vou pra cama. Acho que isso aqui tá ficando estranho demais, mais estranho que o fato de vocês terem me sequestrado.

VG: É,  acho que não era pra ser assim.- ele coça a nuca- É, com certeza não era pra ser assim.

Souza: Mas da pra levar em consideração que tu é a nossa primeira....Isso não ficou bom, né?

Carol: Boa noite pra vocês.

Entro na casa e vou direto tomar um banho e deitar no quarto que foi designado pra mim.

Nossa, apesar do dia ter sido estranho demais, eu não me sinto agoniada. Em momento algum eu pensei com queria que o dia chegasse ao fim logo só para eu poder deitar e dormir.

Um sorrisinho idiota surge no meu rosto ao lembrar do Souza e o Victor discutindo.

Quando o rosto do Ret surge na minha mente me forço a fazer o sorriso sumir.

Acho que eu tô precisando de algumas horas de sono.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora