69

27.1K 2.2K 308
                                    

                                    Carolina👑

É a terceira vez que eu sou sequestrada pelo Souza. Não aguento mais.

Dessa fez ele não me apagou, estou completamente lúcida dentro de um carro que não faço ideia de para onde está indo. E isso me deixa muito ansiosa. Não sei o que está me esperando.

Só sei que  o Souza falou com o Eduardo e recebeu ordens. Bom, pelo menos foi que deu para entender.

O outro cara que está com ele não parece irritado como o Souza, ele parece assustado. Nunca vi ele na minha vida, então não sei o motivo dele estar aqui.

Olho para a Larissa que está com o rosto vermelho pelo choro e com um pouco de sangue no cabelo  loira por conta da pancada contra a parede. As coisas não estão boas para a gente.

Eu sei o que o Eduardo é capaz e isso me assusta, mas  acho que ficar nas suposições deve assustar bem mais.

Carol: Se o que o Eduardo prometeu foi dinheiro eu pago o dobro, todo o dinheiro está no meu nome. Não precisam levar a gente, eu pago o que for preciso. Só me deixa eu um banco que eu pego tudo o que vocês precisarem.

Souza apenas me encara pelo retrovisor e volta a focar no celular. Como se não valesse a pena me dar atenção.

Souza: Fica aqui - ele fala com o outro cara.- Preciso falar com ele.

Souza sai do carro e tranca as portas.

Carol: Fica calma - falo com a Larissa- O objetivo sou eu, vou barganhar para ele te deixar ir. Eu prometo que vou fazer o possível para você ficar em segurança.

Lari: Isso não me acalma Carolina.- ela vira o rosto na minha direção -  Óbvio que eu não quero que ele me machuque, mas não quero que eu troca da minha segurança você fique mal. Ele já te fez mal por tempo demais.

Carol: Já estou acostumada com ele. 5 anos de casamento, lembra?

Lari: 5 anos com aquele monstro, como não lembrar? Não quero ficar bem de pra isso tu tem que ficar mal.

Olho para frente e vejo que o cara que não sei o nome está me encarando pelo retrovisor. Ele parece curioso em relação a mim.

O silêncio no carro se estende por alguns minutos até o desconhecido quebrá-lo.

Xx: Fui contratado para tirar a mulher de um policial  da mão do cara que sequestrou ela, é esse o meu trabalho. Nada mais.

Carol: E parece que você está fazendo isso?

Souza volta para o carro e bate a porta com força nos assustando.

Souza: A gente vai ficar mais um tempo aqui - ele fala com o outro cara.

Xx: Algum problema? - Souza nega- Sério? Porquê tá parecendo que tem.

Souza: Não tem problema nenhum. Eduardo só tá resolvendo as merdas dele com o Ret.

Meu coração se aperta. Os dois estão juntos? Por que?

Carol: Eduardo está com o Filipe? - Souza não me responde- O que está acontecendo?- mais silêncio- Me responde seu desgraçado.

Souza: É estranho te ver xingando, raponzel.- ele ri.

Respiro fundo dominada pelo pânico, isso não vai terminar bem.

Carol: Você era o meu preferido. Sabia que além da minha mãe você tinha sido a única pessoa a me dar um apelido? Eu fazia careta e reclamava, mas no fundo eu gostava. Me sentia segura e alegre ao seu lado.

Sorrio lembrando do meu início no complexo.

Carol: Você não tocou em mim, não me machucou fisicamente, só me levou de volta pra casa. Mas eu nunca vou te perdoar por ter me feito perder o meu bebê, isso é culpa sua.

Souza: Minha culpa?

Carol: Se não não tivesse me levado de volta eu não teria apanhado e sofrido um aborto. Então sim, sua culpa. Você não tem noção de como aquele bebê era um sonho meu, meu maior sonho.

Xx: O que tá acontecendo aqui, isso é....- Souza corta ele.

Souza: Cada um tem suas prioridades e ponto final.

Lari: A sua é ser um traidor? Porquê tu tá indo muito bem.

Souza: Cada um por si Zangada. Não estou disposto a me foder pros outros ficarem bem.

Carol: Desse tempo que passei no Complexo, meu único arrependimento é ter gostado de você, é ter te considerado um amigo.

Xx: Já tá na hora da gente ir? - ele encara o Souza.

Souza: Ele ainda não deu a ordem final.

                                         Ret🤬

Porra, uma camisinha e eu não ia tá passando por isso.

Ret: Eu posso dar um tiro na tua cara agora mesmo, tu não vai ter como ligar e dar ordem nenhuma.

Eduardo: Pode, mas eu sei que não vai. Tu não sabe onde as duas estão e como encontrá-las. Sou a única opção nesse momento.

Ret: Uma opção não confiável. Eu sei que tu não consegue deixar isso do jeito que tá, não aceita perder. Nem se ela passar até o último centavo pro teu nome tu ia dar sossego pra ela, teu ego não ia deixar.

Eduardo: Sabe, eu acho engraçado o jeito como tu acredita que conhece ela. Carolina passou só alguns meses contigo, eu conheço ela a muito tempo, sei que tipo de pessoa ela é. Acho que tenho quase pena de ti por acreditar em algo que não existe.

VG: Eu acho que o problema  que tu com a Carolina é só porquê ela é melhor que tu. Até o teu próprio pai escolheu ela, por que será, né? Nem a tua família te via como prioridade.

Eduardo: Você tá sobrando aqui, nem me dou o trabalho de lembra quem  tu é. Então não vou me dar o trabalho de te escutar.- ele volta o olhar pra mim - Não tem nada que tu possa fazer - ele abre um sorriso.-  Como tu se a sente sabendo que perdeu?

Respiro fundo pra não perder a cabeça.

Ret: Talvez eu arrisque - engatilho a arma- Talvez eu te mate aqui  cuide do Souza depois. Seria um problema a menos. Não acha que é uma opção VG?

VG: Uma opção bem interessante. Um filho da puta a menos.

Eduardo: Souza vai dar um sumiço nas duas. Vale a pena testar a sorte?

Ret: Quero falar com elas. Uma prova que as duas estão bem.

Eduardo: Tudo bem. Mas eu não preciso dela para por as mãos na herança, posso ser um inconsolável viúvo.

Ret: Seu filho da puta. Que porra tu quer?

Eduardo: Tu já se entregou uma vez pela tua irmã. Está disposto a se entregar pelas duas dessa vez?

Ret: Não fode! Por que não me dá um tiro logo?

Eduardo: E qual seria a graça disso? Eu gosto de uma processo mais lento. Acredita em mim, eu não me importo em dar um fim naquelas duas, principalmente na minha esposa.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora